Eu sou aquela pessoa que é chata, insuportável, que estraga surpresas, que gosta de estar no controle, que é ciumenta, brava, boba, palhaça, irônica, sentimental, que se acha feia, que tem espelho em casa, que tem bons amigos, mas que se afasta, a que já usou muitas máscaras, a que não sabe muito bem fingir, a que já tentou desistir, a que alguém lutou por ela, que é preguiçosa, que chora quando lembra de seus irmãos e de seu amigo, a que não é muito presente, a que aprendeu a guardar tantas coisas só pra si, a que erra muito, a que grita, ofende e se arrepende, a que gosta de Nárnia e Potter, a que tem medo de sair do comodismo, a que sonha, mas vacila, a que não se arruma, porque sabe que não vai melhorar muita coisa, a que se faz de vitima, a que prefere um abraço do que presentes, a que perde a confiança fácil, a que quer uma biblioteca, a que se confunde, a que gostaria de fazer muito mais, a que queria rezar fielmente todos os dias, a que não sabe amar de todo o coração, a que gosta de desenhos, séries e que chorou nos episódios mais bobos, a que já se apaixonou, mas que tem medo disso. A que é irritante, a que briga por quem for e com ela mesma, a que fala demais, a que ouve de menos, a que promete e não cumpre, a que gosta de cinema e livros, a que vê as coisas de um outro jeito, a que gosta de música Católica e Secular, a que não tem vocação para teatro, a que não funciona sobre pressão, a que sabe que é filha de Maria, mas não sabe muito bem corresponder a isso, a que se rebela, a que cala, a que guarda, a que sabe que não merece muita coisa, a que guarda mágoas, a que foge dos olhares, a que chora horrores, a que sente saudade, a que é bagunceira e extremamente desorganizada, a que bota fogo e sai correndo, a que tem medo de minhoca, a que teve vários blogs, mas não posta. a que sabe que é substituível, a que tem os melhores pais, a mimada, fresca e boba, a que sente falta de uma melhor amiga para contar de verdade, sem medos ou receios como foi o dia, ligar a hora que for e estar junto a ela com irmãs, a que tem vontade do tamanho do mundo de tirar fotos, escrever, filmar e ir para Londres, a que sabe que não e digna do tamanho do amor de Deus a ela dado, a que quer amar e fazer a Deus amado, mas que sente que não tem muito amor dentro de si, a que queria fazer um baile de máscaras no seu aniversário, a que ...
... diz que quer um ruivo dos olhos verdes, porque só conhece um bem assim, e prefere saber que não é correspondida por alguém que está do outro lado do mundo, a se arriscar a olhar para alguém que está ali, em algum lugar assim, talvez, perto e não ser correspondida.
