sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Sobre o espetáculo Ariel

Faz algum tempo que venho querendo escrever algo aqui, mas queria algo que não fosse um meio de "desabafar" como ódio ou indireta/direta pra alguém, mesmo que isso esteja sendo difícil levando em consideração o que tenho sentido ultimamente, mas hoje aconteceu algo tão lindo que eu achei digno de escrever.

Então vamos lá.
Tudo começou na pré-estréia de HP 7 parte 2.
Eu passei praticamente o dia no shopping a espera do filme, e entenda, eu sou dada, conversei com todo mundo, peguei face/twitter/msn/orkut de todo mundo, literalmente, e eu virei amiga da Glória, minha Tonks (ela estava de Tonks e ela será pra mim sempre a Tonks).
Depois de lá, nunca mais nos vimos, conversamos por msn e pelo face, não nos falamos muito, mas sempre uma lembrava da outra, perguntava como estava e sempre se alegrava pelas vitórias da outra, eu me entristeço de não ter sido presente o suficiente pra estar também nas tristezas, que sei que são momentos que precisamos de pessoas ao lado, mas eu estive com ela nas alegrias e sou grata por estar na vida dela, mesmo que por momentos pequenos, naquele dia de algum modo Deus me permitiu ter uma amiga escolhida a dedo, alguém especial, tão especial que dentre todos os amigos que eu poderia ter feito ali, ela foi a única a quem eu tenho contato até hoje e isso é estranho e gracioso ao mesmo tempo.
Ela dança, eu não sabia o quanto, e sempre quis ir numa apresentação dela, ano passado não consegui e esse ano eu fui.
Eu conheço alguns sonhos da Glória, eu conheço um pouquinho do que o coração dela é capaz de fazer.
Aí então quando eu vi ela naquele palco, sendo o peixinho que eu mais gostei da minha infância eu explodi de orgulho, eu sorri como uma boba, eu quase chorei de alegria e orgulho de ver ela ali, ela sorrindo, ela superando a dor de cada ensaio e se dando, se dando intensamente por aquele espetáculo, acompanhei pelo face dela quando ela machucou o pé, sofri por saber que ela estava mal por não poder dançar e me alegria imensamente quando ela postou a foto de que já estava conseguindo fazer ponta novamente, eu fiquei feliz porque eu sei que ela nasceu pra isso.
Quando eu vi ela ali naquele palco, não querendo ser uma estrela a brilhar, mas querendo ser quem ela realmente é, se expressando com verdade, com autenticidade eu vi, não nos olhos dela porque minha vista não é boa ao ponto, hahaha, mas eu vi nela que esse dom que ela possui é precioso, demasiadamente precioso, uma joia e eu fiquei feliz porque eu tenho CERTEZA que ela não vai desperdiçar esse dom, eu partilho um tantinho da preciosidade do coração dela e sei de alguns projetos que ela e Deus tem e eu fiquei imensamente feliz de ver a menininha vestida de Tonks se tornar uma gigante, uma linda gigante.
Fico feliz por ter tido a honra de estar lá, de ter a honra de tê-la na minha vida, mesmo nas pequenas conversas eu aprendo tanto com ela, me orgulho tanto.
E sinceramente, eu raramente me emocionei assim por ver alguém fazer algo, ouso dizer que NUNCA me emocionei assim, mas porque eu vi a verdade em você eu não consegui conter o sorriso sincero em te ver em suas sapatilhas e no tecido.
Te amo minha Tonks e quero ter dar um ENORME parabéns.
Parabéns pela peça que foi realmente linda, por cada passo da dança, não só os de hoje, mas cada um que te trouxe até aqui, parabéns por você ser quem é.
Saiba que estou aqui sempre, sempre realmente, para o que precisar, e mesmo na distância estarei cuidando de você com minhas orações e com meu sincero sentimento de amizade.
Te amo e acredito muito em você.
Grande beijo flor.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

"As vezes é melhor estar na escuridão do que cegar-se com a luz"

Ontem estava a ler uma fanfic* e a autora usou uma frase que não sei se é própria ou citação de outro autor, na verdade não achei referência, mas enfim, a frase é mais ou menos a seguinte:
"As vezes é melhor estar na escuridão do que cegar-se com a luz"
Essa frase tinha um contexto legal na história, que é um tanto dramática e infindável, mas ela tem ainda mais sentido em nossa vida.
Não que eu acho que devemos nos manter na escuridão, não, eu não acho isso, mas as vezes a verdade nos cega tanto quanto a escuridão da omissão.
Quem me conhece sabe que tenho muito interesse em conhecer e ajudar crianças especiais e suas famílias, busco sempre algo que me traga "luz" sobre o assunto, um tanto disso se deve ao fato de eu ter tido dois irmãos especiais e hoje não tê-los mais, e por esse interesse sempre que posso compro livros que falem sobre isso e neste domingo encontrei um livro que eu ainda não sei se é ficcional ou um relato, mas que é profunda e dolorosamente honesto.
Quem realmente procura sobre crianças especiais, quem procura com profundidade saindo do universo raso e poético da mídia se depara com pais honestos que sinceramente sabem da luta diária que é ter um filho especial, das batalhas, dos sofrimentos, dos "fins do mundo" e não, não são profundamente agradecidos por os terem, os amam com tudo, tudo realmente que tem, mas se pudessem escolher, pelo bem dos filhos e deles próprios, pediriam aos céus que os filhos fossem "normais".
Essa, dentro do que me abate, é a luz que me cega.
É tão comum ouvir nas redes sociais, na mídia sobre uma situação tão floriada e tão perfeita que chega a ser ridiculamente cômica pra quem honestamente convive com as dificuldades diárias, com o sobe e desce que geralmente é ter uma criança especial.
Eu tive dois irmãos especiais e sei que meus pais dariam a vida por eles, o amor que eles tinham e ainda têm por eles é tão grande que imagino ser comparado apenas com o de Deus a nós, mas amar não é ser feliz 24h, não é achar tudo lindo, amar é se decidir por amar e fazer das tripas um coração latente.
É chorar escondido, é, apesar da vergonha das crises de histeria estar e levar o filho pra todos os lugares porque maior que a vergonha é o amor.
Como em outro livro que li, este ficcional realmente, em que o personagem que sofria de uma severa deformação facial contava o ponto de vista dele diante das situações vividos por ele na sociedade, havia dele também o ponto de vista de outros personagens em relação ao personagem principal, era bonito? Era confortador? Caloroso? NÃO, mas era real, dilaceradamente real.
Outro sinônimo, pra mim pelo menos, de verdade é dilaceração.
Tenho me encontrada dilacerada ultimamente, dilacerada pela verdade que envolve os outros e diretamente a mim.
Tenho me mantido distante pra conseguir enxergar e pensar melhor e depois disso peso se vale a pena voltar e fazer parte de tudo aquilo, a resposta frequente tem sido que não vale mais a pena.
Outras vezes, porém, sei que não há outro lugar pra ir, só posso fazer isso, mesmo que a verdade seja intensamente diferente do que a mídia me ensinou a acreditar, sempre fui atraída pela verdade, mesmo que esta me cegasse.
Sempre achei muito mais válida a verdade de ser quem é do que a grandiosidade de ser um personagem aplaudido.
Hoje, talvez me encontre cega pelas verdades que encontrei, mas sempre achei que num mundo onde se fosse cego da visão as pessoas seriam realmente amadas pelo que são e não pelo que aparentam, que num mundo não víssemos poderíamos amar o deformado, o deficiente, o magro, o baixo, o alto, o loiro, o negro, o amarelo pelo que são por dentro e não por fora.
Estar na escuridão é sempre mais confortante, mais comodo, estar na escuridão, no fanatismo, na total e obsoleta dependência onde se exclui totalmente a culpa e o empenho de realizar as coisas, é mais fácil, é totalmente menos dolorido, mas é tão estupido, tão medroso.
Prefiro ser cega pela verdade e agir de modo como uma cega muitas vezes e estar cheia e completamente inteira da verdade no meu coração, na minha história, nas minhas ações.



*Fanfics são histórias escritas e publicadas na internet, a FANfic, geralmente se usa de personagens famosos, usando ou não fatos reais sobre a pessoa, mas a envolvendo em uma história ficcional com outros personagens, Fics, geralmente, são apenas histórias com personagens quaisquer. Esse tipo de história usa de linguagem, termos e modo de escrita próprios, como por exemplo o P.O.V. que nada mais é que o "point of view" - ponto de vista - de quem conta a história em determinado momento.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Podia ser um dia como outro qualquer, MAS

Esse final de semana poderia ter sido um final de semana como qualquer outro, esse ano poderia ser como qualquer outro, mas eu decidi que não seria qualquer um, eu quis não apenas SOBREVIVER mais um ano, mais um final de semana, eu DECIDI VIVER esse ano, esse final de semana, minha vida.
"Você é intocável quando percebe"
E tocável pra quem você quer deixar adentrar em sua vida.
Ando abrindo e fechando a porta da minha vida pra quem quero, sem medo, sem ressentimento, com sinceridade.
E esse final de semana tive certeza de estar no caminho certo.
Poder estar com minha família, poder ajudar como nunca me permiti ajudar me trouxe uma paz inimaginável.
Estive com pessoas que quis realmente estar.
Fiquei 7h30 sentada com minhas primas ao lado vendo 5 meninos que mudaram minha vida* fazerem uma twitcam pra agradecer por tudo que tem,
Pude trabalhar, fazer meu horário sem me preocupar com imposição de compromissos de algo que não fazia mais de coração.
Pude me preocupar comigo.
Pude sair com minha melhor amiga, pude protegê-la da chuva - haha -, pude dançar sem me preocupar no shopping, no estacionamento, na feira medieval, na onde quisesse sem medo de que outros vissem e, por má interpretação, chegasse mal a pessoas que "mandavam em mim".
Pude cantar até ficar rouca, sem afinação nenhuma diga-se de passagem.
Pude eternizar significados em mim, pude falar sem medo e opressão de cada um deles.
Me permiti brincar e rir sem medo do que vão falar.
Me permiti ser, sem censura, sem peso nos ombros, apenas fui, apenas sou.
Esse final de semana poderia ser um final de semana como qualquer outro, esse ano poderia ser como qualquer outro, mas eu decidi que não seria qualquer um, eu quis não apenas SOBREVIVER mais um ano, mais um final de semana, eu DECIDI VIVER esse ano, esse final de semana, minha vida.
Porque no final a única pessoa que pode viver minha história sou eu mesma e ninguém mais, a caneta está em minhas mãos pra que a história seja escrita e escrita bem, chega de seguir roteiros, há algo maior que tudo isso.
Agradeço a Deus pelas pessoas que ele colocou na minha vida para que façam moradas em algumas páginas da minha histórias, uns fazem dum dia de chuva um dia o melhor dia, uns fazem do melhor dia um dia de tempestade, esses últimos não permito conhecerem muitas páginas, mas reconheço sua importância, mesmo querendo-os longe. C'est La Vie. Mas os outros, aqueles que me ensinaram a dançar alegremente na chuva eu peço que estejam não em páginas, mas em vários capítulos, que me roubem sorrisos e sejam abençoados, isso eu desejo profundamente.
Há tantos sonhos, há tanta vida, há tantas páginas em branco, vamos lá, o mundo não para, não é hora de sobreviver e um dia olhar pra trás e se lamentar porque os dias passaram, porque as folhas do calendário se acumularam e nada, nada mesmo foi feito de coração, nenhum pouco de alma foi dada.
Quando minha sobrinha me pediu bença, me puxou pra um abraço e disse que também me amava eu tive certeza que hoje vivo, vivo como nunca vivi, vivo com meus erros, meus acertos, meus sonhos, minhas derrotas, mas vivo, vivo como nunca.


*"Que exagero!""Olha lá, tá pirada, está idolatrando uns guris"
sinceramente você tem o direito de achar o que quiser, eu não tenho mais 13 anos e não saio por ai dormindo em baixo de janela de hotel, e mesmo se o fizesse acho essa atitude melhor do que engravidar de traficante, usar droga, sair "prasbalada", mas não, eu não estou dormindo de baixo de janelas de hotel, não, eu não estou acampando durante semanas em filas de show, não, eu não tenho comprado quadrilhões de revistas com fotos/reportagens sobre eles, eu simples e puramente gosto deles e da música deles.
São perfeitos? NÃO, claro que não, mas eles mesmo sendo famosos, mesmo tendo toda a possibilidade de cuspir nos outros, passar por cima eles decidem dar atenção não só as fãs, mas a todos que encontram, eles vão pra África e ajudam quem passa fome, sem mídia pra mostrar, vão e compram 3 mil dólares de pizza e entregam aos moradores de rua, eles são legais, fofos, bonitos e eu não tenho que explicar mais nada do porque eu gosto deles e porque eles são especiais, eu simplesmente gosto e EU sei o que Deus fez na minha vida através deles, EU sei qual foi a mudança, EU sei de todos os detalhes e se EU sei isso basta, e se você não sabe o problema é todo seu, se você acha que estou me comportando como boba o problema é TODO SEU, eu não ligo, já liguei, mas hoje eu sinceramente quero que se dane a opinião alheia, é só isso.



terça-feira, 19 de novembro de 2013

escrever

todos que escrevem, escrevem sobre si, sobre seus medos, sobre suas angústias, ou apenas sobre seus sonhos.
Nada é vazio, não completamente.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Você tem medo de que?

Sexta a Carol dormiu em casa.
No auge do meu sono resolvemos brincar de perguntas e respostas.
Uma fazia a pergunta, as duas respondiam e depois a outra perguntava e assim suscetivamente.
Uma das perguntas da Carol foi qual era meu maior medo e minha resposta foi: ter câncer.
É, pois é, esse é meu maior medo, por motivos pessoais e enfim, quero pegar o gancho dessa pergunta pra falar sobre outro medo que tenho, não é o maior, mas é bem grande.
Como digo, não me sinto efetivamente ligada a nenhum lugar físico, digo pra todo mundo que não tenho raízes, meu lugar é o mundo, minha última consulta com minha psicologa foi sobre isso, a necessidade que tenho de sentir, não acho e nem espero ser lembrada por nada, nem pelo abraço, nem pelo sorriso, nem por nada, mas eu preciso lembrar, lembrar de tudo, sentir tudo.
Quando fiz minha primeira tatuagem eu me encontrava em uma atmosfera diferente da de hoje, não quis a vida toda fazer uma tatuagem, mas naquele momento eu quis e ela traduziu o que eu sentia e não me arrependo de forma alguma, talvez teria feito com a minha letra, mas ela é como deveria ser e será assim sempre porque ela é parte de mim até o fim.
Eu tenho essa necessidade de me expressar, por isso eu tenho um blog, por isso eu tenho uma parede de lousa no meu quarto, por isso compro cadernos insanamente, por isso cada tatuagem tem um significado, porque eu sinto insanamente, eu explodiria se não pudesse colocar tudo o que sinto pra fora de alguma forma...
E acho que esse é dos meus grandes medos: não poder me expressar, não poder sentir.
Há um preço bem grande a se pagar por não ser igual, estava lendo agora que uma pessoa gorda desenvolve outras qualidades por não se enquadrar nos "padrões da sociedade", talvez seja isso que aconteceu comigo, eu sempre fui encanada com o fato de ser gorda, mas eu precisei, por sobrevivência, desenvolver outras qualidades, outros pontos de vista e isso me tornou diferente, diferente do que eu conhecia e isso nem sempre é fácil, quase sempre é difícil.
Eu nunca fui o tipo de pessoa que faz tudo porque simplesmente é legal, eu sou impulsiva? sim, claro que sou, mas mesmo na impulsividade eu coloco um valor sentimental enorme no que faço.
Tatuagens não são só tatuagens, faculdade não é só um diploma, uma viagem não é só uma viagem, passeios não só são passeios, uma música não é só uma música, um clipe não é só um clipe, um filme não é só um filme, um corte de cabelo não é só um corte de cabelo, nada pra mim é só alguma coisa.
Por mais que seja um planejamento rápido, o que faço é carregado de sentimentos e por isso, as vezes eu demoro tanto a realizar algumas coisas, é por isso que muitas coisas são tão importantes, é por isso que tem que ser pra valer.
Talvez eu seja assim porque desde pequena eu fui levada a sentir muita coisa e com intensidade absurda, talvez porque uma professora no primeiro ano do ensino médio, quando eu tinha 15 anos disse que ao sairmos pela porta já somos outra pessoa, que 'n' coisas, visíveis ou não, vem ao nosso encontro e isso nos faz mudar, nos faz crescer, nos faz outros, e por isso eu passei a levar a sério essa mudança e que tudo pode me mudar.
Eu tenho medo de um dia passar pela vida só por passar.
Tenho medo de ser privada de ser apenas eu, de poder sonhar, de poder amar de verdade.
Tenho medo de um dia confundir LAR com CASA.
Tenho medo de não sentir em minhas veias as experiências que me esperam, de não visitar os lugares que me encheram de vida, meus olhos de brilho, de não conhecer as pessoas que devo conhecer, de não amar tudo que virá, um dia, agora, depois de encontro a mim.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Quanto tempo dura

"Sentindo o meu caminho através da escuridão
Guiado por um coração batendo
Eu não sei onde a jornada vai terminar
Mas eu sei por onde começar"

A Carol me conhece há algum tempo, eu conheço ela a 3 anos mais ou menos, ela é minha irmã, minha melhor amiga, meu relacionamento pra vida toda.
Ela fez 18 anos ontem, eu fiz um vídeo que virou áudio pra ela falando o quanto sou grata a Deus pela vida dela, por ela ser minha amiga e o quanto me orgulho dela, algo pra ela, e só pra ela.
Aí hoje, eu fui olhar os recados que mandaram pra ela no face porque sou curiosa.
E preciso contar que foi estranho, nós temos alguns amigos em comum, e há um ano atrás mais ou menos tínhamos um "grupo de amigos", gente chegada com os quais saíamos sempre, gente que a gente se dava bem. Era algo bem legal, eramos amigos, amigos mesmo, mas eles não são mais nossos amigos, nem meus e nem dela, a gente não brigou, só afastou, ela se afastou antes, eu depois, nada combinado, aconteceu apenas, e alguns destes desejaram parabéns pra ela, alguns desejaram parabéns pra mim também em março, e é estranho ver palavras vazias desejando votos de felicidades nesta data que é especial pra gente que está fazendo e pra gente que está do nosso lado de verdade, votos de pessoas distantes, que não são mais nossos amigos (não só em relação a mim, ou só a ela, ou só sobre esse grupo, mas num contexto geral sobre isso) são tão vazios, pelo menos pra mim, eles são tão vazio como a vontade de voltar a ser um grupo, ser parte daquilo que já acabou.
A lembrança é boa, sempre é, foram momentos bons, mas eu não me sinto mais parte de tanta coisa, afinal.
Terça eu fui comprar um negocio e a Carol foi comigo, ela me disse que viu uma das meninas que "fazia parte do grupo", eu só disse 'ah, legal', então ela me perguntou se havíamos brigado e eu disse que não, então ela disse que sentia saudade dessa amiga e eu não disse nada, porque é isso que eu sinto: nada.
Acho que me acostumei a esse nada, nada as vezes é bom, ele me deixa livre pra caminhar, caminhar sozinha, seguir o que eu busco, sem dores, sem frustrações, só sendo eu, e me sentir assim não é algo que me permito com todos, principalmente com os que já se foram.
Há poucas pessoas que eu vou ter pra sempre na minha vida, poucas pessoas que mesmo depois de anos eu vou ter e senti-los como amigos, poucas pessoas que eu vou trocar sms freneticamente e feliz mesmo depois de meses sem conversar, poucas pessoas pra quem eu vou parar e dar uma carona até o fim da rua só porque eu quero poder falar com eles, pouquíssimas pessoas que eu vou ligar pra saber como estão, pouquíssimas pessoas que eu vou gravar um vídeo pro aniversário, pouquíssimas pessoas que eu vou colocar nos meus planos e contar meus planos, poucas pessoas que vão me fazer sorrir ao perceber que elas estão conquistando seus sonhos, poucas pessoas que eu vou contar meus segredos, poucas pessoas que eu vou abraçar de verdade, poucas pessoas por quem vou lutar, defender, lembrar, conversar, aconselhar, pouquíssimas² pessoas que o tempo vai durar pra sempre.

"Desejo poder ficar para sempre assim jovem
Não tenho medo de fechar os olhos
A vida é um jogo feito para todos
E o amor é o prêmio"

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Rezar por quem se ama...

Eu lembro que no início do ano passado, se não estou confundindo as datas, vazaram fotos do Rupert fumando, e um tempo antes saiu uma foto, supostamente dele, fumando num boing, eu fiquei tão triste na época, chorei e chorei.
Ele sempre foi meu grande amor platônico, o ruivo que eu quero abraçar e dizer que ele mudou muita coisa na minha vida e que sim, eu amo ele, então quando eu o vi fumando não me senti decepcionada, me senti triste.
E com os meninos do 1D é a mesma coisa, eu não os julgo, não deve ser fácil o que eles passam, já falei do que eu acho sobre essa pressão sufocante em outro post daqui, e eu até compreendo essa fuga, mas isso não diminui a dor de vê-los assim, e não uma, mas inúmeras vezes eu chorei pedindo a Deus por eles, pela vida deles, pela alma deles.
Então hoje eu fui rever HP2, e na última cena o Ron abre um sorriso tão sincero, tão verdadeiro, tão Rupert...
Ele era só uma criança, um menino...
E só Deus sabe o que aconteceu na vida deles desde que ele foi escolhido pra esse papel, só Deus sabe o que ele está vivendo, e mesmo sem ter real certeza de nada concretamente, me deu uma dor no peito, cheguei a imaginar que ele estivesse melhor se não tivesse sido escolhido, que ele estaria bem melhor se ele fosse, hoje, só um vendedor de sorvete.
Talvez ele não fosse o meu ruivo preferido, meu grande amor platônico, mas talvez ele estivesse mais feliz, e eu, mesmo sem ter noção disso, também, quem sabe?!
Talvez o Daniel não estivesse no estado que está se não fosse o Harry, talvez tanta coisa se não tivesse sido como foi, mas eu se que o se, na realidade, não existe!, então diante do que tenho, me sobram as lágrimas, a oração, a esperança de um dia poder dar um abraço neles, olhar nos olhos e dizer que os amo independente e mesmo com tudo.
O que existe em mim e sempre irá existir, mesmo que nunca os veja, mesmo que eles se acabem, literalmente falando, é meu amor por eles, eles que me ensinaram a sonhar, a acreditar, a ser o melhor que posso naquilo que melhor ser fazer, a compreender e até por onde não seguir.
"Ser forte a todo e a cada amanhecer"
Eu só rezo pra que eles fiquem bem...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Apego próprio

Ultimamente ando meio desapegada das pessoas, como disse no post anterior, até me surpreendi ao me ver sorrindo com a notícia de que talvez meu preferido esteja namorando, afinal ele me faz tão feliz, mas eu não o posso fazer, então que ele encontre alguém que possa.
Mas no mesmo passo que ando me desapegando dos outros, ando me apegando a mim e as "meus pedaços soltas".
Sempre tive esse apego, veja que 1) não empresto meus livros, 2) tenho um blog restrito onde meus pedaços escritos são os mais íntimos possíveis, 3) me causa arrepios pensar em alguém vasculhando meu computador, celular, tablet, cadernos.
Geralmente eu fixo abas no navegador, são as mais diversas, as vezes eu excluo todas, as vezes, algumas, mas sempre adiciono algo e se as fixos é porque eu quero fixá-las e tem algo que eu quero ver depois, então elas ficam lá e me sinto satisfeita com isso, e houve um dia que eu emprestei o notebook pra uma pessoa, primeiro que isso já é algo considerável, aí essa pessoa "se apossou" do computador e começou a fazer as coisas dela  e 1) se eu emprestei, fico grata de saber pra quê e que use só pra isso e 2) não mexa no que já está, se está tem que ficar, e aí 1) ela começou a usar para outro fim diferente do qual eu emprestei e 2) ela começou a excluir os links que estavam fixos.
Eu fiquei revoltada, meu sangue subiu, meu sangue desceu e eu só disse que se estavam fixas era por algum motivo e que ela abrisse uma nova aba para fazer o que ela estava fazendo e, sim, joguei na cara dela, por brincadeira, que só emprestava meu note novamente se ela não mexesse nas minhas abas fixas.
Pode ser algo infantil, e é, mas por ter esse apego sobre a minha própria pessoa me sinto muitas vezes invadida, e quando alguém entra sem bater, sem pedir licença eu me arisco e me incomodo.
Se nem Deus entra se não deixarmos que Ele assim o faça, não vejo sentido dos outros tentarem arrombar portas, principalmente quando essa porta dá acesso a algo precioso como a nossa essência, ao nosso segredo, a nós em profundidade.
Gosto de mim ao ponto de me preservar, mesmo que muitos achem que me exponho demais, sei direcionar o olhar pra aquilo que quero que vejam, foi e será assim, porque eu gosto de mim o suficiente pra deixar tesouros escondidos, assim como os piores venenos.
E gosto de me proteger também porque ninguém realmente te compreende, ninguém vive a sua vida, ninguém se importa 100%, ninguém quer ver 100% e nem é por que vejam, ninguém aguentaria a verdade 100%.
"Mostre a eles o que eles são capazes de enxergar"

A solidão cheia

Eu sempre fui alguém bem social, com muitos conhecidos, alguns amigos.
Sempre gostei de falar e falar, esses dias mesmo, um amigo disse que sentia falta da minha tagarelice, mas eu sinto como se sempre tivesse sido alguém que falava pra fora, como se minhas palavras e meus relacionamentos começassem de um ponto pra frente e nunca do fundo, do zero de mim mesma em diante.
Lembro-me que em 2008 eu tive um início de fobia social, eu fazia cursinho e tinha que caminhar umas 3 quadras mais ou menos até o ponto onde pegava o ônibus e durante esse percurso eu ligava pra minha mãe e ficava falando com ela até pegar o ônibus, raramente não ligava pra minha mãe, e raramente conversava com alguém no ponto, mesmo as pessoas que estavam lá, na sua maioria, fizessem cursinho no mesmo lugar que eu, simplesmente tentava ignorar a existência de outras pessoas, não sei se por medo de ser rejeitada ou por outro motivo, não sei ao certo, mas eu simplesmente tentava me manter num universo que não permitia a entrada destas pessoas. Durante os 3 meses que fiz o curso foi mais ou menos isso que aconteceu,eu também muitas vezes ficava 'fazendo hora' no prédio do curso pra que quando fosse pro ponto não houvesse ninguém, outras vezes eu ia com uma amiga na rodoviária e pegava um ônibus num ponto próximo de lá e assim foi seguindo por esse período.
Graças a Deus essa fobia, depois de um tempo, não evoluiu ao ponto de eu passar por uma rua e suar frio pelo simples fato de existirem pessoas lá, ao contrário, a fobia diminuiu consideravelmente e me sinto bem confortável vivendo em sociedade, tenho muita facilidade de criar laços, de me relacionar, de conversar, enfim, eu sou uma pessoa bem social hoje, mas esses dias tenho me questionado até que ponto essa minha socialização vai, até que ponto eu realmente sou social.
Já disse em outras publicações que eu as vezes me canso das pessoas, que me afasto sem motivo, simplesmente continuo e não me importo de deixar os outros pelo caminho, que não sou alguém pra vida toda, e que, as vezes, eu sou alguém pra ninguém.
Ultimamente tenho estado realmente cansada das pessoas, de algumas em especial mais que o comum. Tenho estada cansada de relações de toda a espécie em sua maioria, algumas, na verdade, me são indiferentes, mas outras, ainda, me despertam saudades e me fazem bem quando estou com elas, e sobre outras eu, apenas, quero um tempo delas.
Tenho o desejo infinito de dar um tempo em todas as redes sociais, umas porque estou cansada de conversar e em outras porque me cansei de me preocupar tanto com a vida de algumas pessoas e ter esquecido a minha.
E é aí então, depois de todo esse emaranhado de pensamentos que encontrei uma resposta de um questionamento interior.
Com o tempo você se acostuma a se preocupar em demasia com os outros e esquece de si.
É assim com qualquer pessoa, é assim com toda pessoa.
A gente se preocupa com o outro, se preocupa se ele está bem, se preocupa com o que ele pensa sobre ele, sobre o mundo, sobre a gente e aí nos prendemos a uma rede venenosa, nos esquecemos da gente, nos preocupamos tanto em não machucar o outro e nos preocupamos tão pouco em machucarmos a nós mesmos, nos preocupamos tanto em saber e ajudar o outro e nos esquecemos de saber sobre a gente mesmo e de nos ajudar, e é aí que os fios se arrebentam.
Não digo que precisamos viver egocentricamente ao ponto de não importarmos em nada pelo outro, em não pensar e não se importar em como afetaremos alguém com determinadas atitudes, em apenas satisfazermos nossas vontades ou algo derivado desse ponto de vista, mas digo que as vezes, e sempre, precisamos pensar em nós, colocarmo-nos em um ponto em que eu pense em mim, que eu me conheça, que eu lute por mim, porque se não vamos chegar num ponto onde não seremos mais alguém, um individuo, mas sim uma pessoa terceirizada que vive para e em prol, apenas, de uma terceira pessoa (por favor, não estou falando de Deus, estou falando de pessoas com quem convivemos 'carnalmente'), e acho que viver assim, terceirizado, é realmente de uma tristeza sem tamanho.
Por esse motivo, eu acredito que tenho vivido num momento onde me basto, onde quero estar comigo apenas e somente, com raras exceções, momento que tenho me questionado sobre perguntas tão banais, mas que não sei responder, como por exemplo "qual é meu lugar favorito?", "qual minha comida favorita?", "qual minha pessoa favorita?", "qual seria meu dia perfeito?", "qual a fruta que mais gosto?", "qual foi meu pior dia?" e perguntas do gênero, perguntas um tanto tolas, eu sei, mas que só eu sei responder, ou estou procurando saber, perguntas que, essencialmente falando, dizem tanto sobre mim, perguntas que eu saiba, talvez, a resposta quando elas são sobre outras pessoas, mas que eu esqueci de responder quando elas foram sobre mim.
Este momento que estou vivendo é tão precioso, tão propicio a ser um dos melhores momentos da minha vida, um momento absolutamente solitário, mas ao mesmo tempo tão povoado. Povoado de Vivianes, Vivianes passadas, Vivianes presentes, Vivianes futuras, Vivianes que só eu conheço e Vivianes que só eu posso vir a conhecer.
Neste dias tenho gostado de dirigir sozinha pra lugar nenhum e com a companhia apenas de Deus e das minhas músicas favoritas.
Tenho gostado de ler meus livros, pensar e reformar.
Tenho gostado desse tempo, tenho gostado cada dia mais de mim.
E, acredito, que não excluí nenhuma rede social, mesmo infinitamente querendo, porque mesmo cansada de pessoas eu sei que não posso me excluir do mundo, da sociedade e que, as vezes, eu preciso manter certas conversas porque mesmo querendo estar sozinha não tenho o direito de simplesmente sumir da vida de alguém sem ter realmente um motivo para isso e sumir assim deixa feridas em quem foi abandonado, e ferir não é minha intenção, então as vezes, mesmo cansada, preciso conversar porque do outro lado alguém precisa falar e vê em mim alguém que sempre esteve ali e que precisa continuar a estar, mantenho as RS também porque há alguns com quem, algumas vezes, quero conversar, quero estar ali com eles, assim como fora dessa realidade há pessoas que, as vezes, também quero estar, que no meu mundo de solidão eu deixo que eles se sentem a mesa comigo, ou que deixo que se sentem no banco do passageiro do carro enquanto eu viajo, porque há pessoas que nunca interromperam meu silêncio, nunca quebraram meu pensamento, que só me olham e eu conseguo sorrir e, as vezes, conversar nestes momentos.
Eu gosto que estes estejam ali povoando minha solidão.

Nestes dias tenho querido a companhia das músicas da Gabrielle Aplin, em especial da música "Please don't say you love me", não por um motivo especifico, mas por um todo, os acordes são calmos, sua voz me faz refletir e a letra é algo que eu concordo e penso igual há muito tempo.

"Palavras pesadas são difíceis de aguentar
Sobre pressão coisas preciosas podem quebrar
E como nos sentimos é difícil de fingir
Então não vamos entregar o jogo"

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Apaixonada

"Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim"

Tenho ouvido e escrito tantas coisas piegas, românticas, sentimentais, é como se eu estivesse apaixonada...
Na verdade eu estou, mas não por outra pessoa, mas por mim!
Escrevi aqui outro dia que não me vejo casando, estando com alguém, esta opinião permanece real, não me vejo encontrando alguém para quem eu esteja disposta a dividir minha vida, parar alguns sonhos, sonhar junto, alguém pra conversar sobre tudo e estar com ele até o fim, não me vejo, simples assim, mas talvez não me veja, não apenas por tudo isso aí, mas porque nesses meses me sinto tão completa, tão cheia, tão feliz, tão livre, tão apaixonada por mim.
Dizem que quando se ama o mundo começa a ter sentido, que você passa a acreditar, ter esperança, e, eu acho, que já que é assim hoje eu posso dizer que realmente estou amando.
Nos pequenos gestos, mudanças, retomadas vejo como hoje tudo tem mais sentido, hoje tudo é mais cheio, mais real, menos obrigatório e mais decidido.
Consigo olhar no horizonte e agradecer por tudo.
Consigo acreditar e apenas acreditar, como nunca antes acreditei.
Vejo e ouço a poesia e a entendo e a sinto, me balanço ao som dela, me deixo devanear entre os sonhos, entre o amor com que outros escreveram,
Me sinto verdadeira e convicta, me sinto real com menos pesos nos pés, pronta pra admitir erros, pronta pra celebrar vitórias, pronta pra continuar, talvez parar, talvez mudar, talvez só descansar e tudo feito com amor, com profundo amor.
Me sinto cheia de amor e é como se nenhum nome cabece nesse relacionamento tão cheio, só cabece o meu nome, só o meu, só de Deus, só de nós, como se todos os outros nomes estivessem em volta, porque ele precisa transbordar, mas pra ser cheio só precisasse de mim, só precisasse de Deus.
Olho pra olhos verdes que me arrebataram suspiros e me sinto livre pra continuar a suspirar, mas hoje ele está em volta e não mais dentro.
Esses olhos ainda existem, como outros que vieram depois e sempre existiram, mas hoje não há mais necessidade de me preencherem, não são mais eles que tem essa função.
Ainda há espaços a serem preenchidos, eu, na realidade, sei disso, mas não há como terceirizar esse trabalho, então mãos a obra e rogo a Deus que Ele não me deixe esquecer de como me sinto agora, como me sinto apaixonada por mim, pela poesia, pelo lúdico, pelos meus sonhos, pela minha pessoa e que quando o sentimento se for a lembrança permaneça.

"A casa fica bem melhor assim"

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

As palavras que salvam

Enfim terminei meu terceiro livro do John Green, li 'A culpa é das estrelas', 'Quem e você, Alaska? E 'O teorema Katherine', nessa ordem, furtivamente, nunca li tantos livros de um autor só em tão curto espaço de tempo e sem interrupções e agora sinto que devo ler o último livro que comprei dele 'cidades de papel', não por obrigação social, mas por obrigação pessoal, é o fim legal pra essa paixão descabida por um autor que há 3 meses nem sabia quem era.
Engraçado o fato de que comprei ACEDE por um impulso, como sempre, pela linda capa e por tão boa crítica, não me arrependo, as palavras do John me atacaram e me fizeram pensar em tudo, em mim, passava por um processo delicado e extremamente pessoal e um estranho conseguiu, com suas palavras, atravessar uma muralha de gelo e atingir o ponto, Augustus se tornou uma paixão, Hazel uma amiga, depois Coronel e gordo se sentaram comigo ao redor do lago e ali descobri um pouco mais de mim e a Alaska, bem a Alaska se tornou como um espelho, como uma loucura, como uma Vivi paralela, e agora Hassan, Lindsay e, definitivamente, Colin se tornaram um divisor de águas onde eu aprendi que o entre o agora e o futuro há um tempo onde eu posso renascer e ser quem eu quiser ser quantas vezes eu quiser, eu posso isso, eu tenho esse poder sobre mim e isso me faz acreditar tanto, me faz ter coragem, todos esses livros me ajudaram a ter coragem, coragem de sair e olhar de fora, olhar quem eu sou, como estou e como quero estar. Me ajudaram a tomar uma decisão e continuar a cada passo me decidir, sem imposição, só com coragem de seguir por onde eu preciso seguir.
"Você tem a importância do que você considera importante"
E quando fui fechar o livro me deparei com a dedicatória da minha grande amiga que me deu o livro e que dizia:
"Obrigada por me salvar de mim mesma"
Na verdade quem vem me salvando é ela, quem tem me salvado são as palavras, tem sido o John, e na verdade, tem sido Deus através deles, mas voltando ao lado humano de falar, o John tem sido como um mentor, realmente um salvador de mim mesma, e eu espero nunca dizer isso pra ele, assim como espero nunca dizer a JK que foi graças a ela que fui seduzida ao mundo mágico da leitura, nem dizer ao 1D que eles salvam minha vida constantemente com seu exemplo e suas músicas, muito menos dizer ao OTM que meus dias são infinitamentes mais lúdicos e ao mesmo tempo reais depois que os conheci, nem ao Ed que eu sou uma pessoa melhor depois que ele entrou na minha vida. Espero, sinceramente, nunca dizer nada disso a eles porque isso tudo é importante pra mim, eu mudei, eu sou melhor depois que eles entraram na minha vida, mas eu sou melhor porque me permiti mudar e isso é grande, enorme, mas pra mim, eles não precisam saber, quem precisa saber sou eu.
E como quando a gente faz algo bom pra alguém sem que ela precise saber, como, por exemplo rezar ou jejuar por ela, é babaquice contar, perde todo o valor do ato, então quando fazem bem pra mim, as vezes eu prefiro silenciar e agradecer a Deus por essas pessoas e pedir que assim como eles me fizeram bem, o façam a outros e que outros façam a eles tão bem quanto o possível.
É assim, agora é assim, mas há um intervalo, e talvez eu mude de opinião, quem sabe?
:)

domingo, 1 de setembro de 2013

O livro que me fez voltar a sentir...

Há algum tempo não choro ao ler um livro, há tempos não tenho coragem de terminar de ler um livro, essa é a verdade.
O último livro que realmente eu conto como lido foi o "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" e foi este livro que me fez chorar, chorar com a morte do Dulmbledore.
Lembro, que graças a minha ansiedade, li antecipadamente essa parte e chorei, voltei para a página que estava e voltei lá antecipadamente várias vezes e chorei todas elas.
Não consegui ler inteiro o livro 7, acho que se o fizesse choraria e pior ainda, admitiria um final, não o quis. Fugi.
Depois disse li apenas um livro inteiro, mas esse de tão curto não me emocionou tanto, me fez gargalhar, mas não realmente me emocionar, depois disse vieram tentativas e mais tentativas de terminar alguns livros, tenho coleções de livros pela metade, um amigo disse que não sabe como consigo não terminar de ler um livro, eu sei.
Eu tenho medo de findar as coisas, medo de que as coisas com as quais crio um vinculo se rompam, não é tão fácil assim pra mim, quando as abandono, sei que de algum mudo elas continuam lá, a minha espera, com uma virgula, mas sem um ponto final, tenho a sensação que isso me trava de alguma forma, mas ainda não consigo me livrar de mal hábito, mas por causa dessa mesma frase desse amigo, despertou em mim o desejo de teimosia e de mostrar que eu consigo terminar um livro, rs, eu voltei ao meu livro mais querido, o livro que em si carrega um amor de amigos, que trás impregnado em cada página a saudade e toda a lembrança de um grande amor.
A chamada deste livro sempre me seduziu.
'Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.'
Ela me seduziu de um modo irresistivelmente adorável, não tinha como não o ser.
O desejo de ler palavras da morte, conhecê-la, saber como alguém imaginava que ela pensava me seduziu. O livro me ganhou e eu o ganhei desse grande amigo.
Talvez soe estranho meu desejo louco de conhecer a morte, mas sempre quis ser sua amiga, ela é minha irmã, como já dizia São Francisco, ela é criatura de Deus e precisa ser encarada como tal, talvez nós homens ainda não a compreendemos, mas ela não é má, mal é quem a provoca e a clama antes do momento certo, e ao ler esse livro, essas linhas de um homem que tenta transcrever o modo como a morte vê as coisas me emocionou.
Há coisas tão dolorosamente tristes nestas linhas, a morte eminente, a visita constante da Morte ao redor de uma pequena menina que não deveria sofrer assim, mesmo que num livro.
Quando li sobre seu irmão, sua primeira visita, lembrei das visitas que recebi, de TODAS, em cada página esperava ansiosa por uma morte já anunciada, imaginei modos brilhantes para tal acontecimento, e esperava, mas colocava para fora um respiro de alivio quando via que, pelo menos naquele capítulo ela não estava, mas na hora que ela, de uma maneira tão inusitada e TRISTE realmente apareceu eu chorei, não me deu o direito de parar de ler até que este capítulo acabasse, limpei as lágrimas, feri meu rosto com a aspereza da manga da blusa e fui até o fim, mas quando a linha acabou e o ponto final apareceu eu só pude fazer um dobra na página para um dia ali voltar, marcar a página que parei, fechar o livro e chorar, um choro com soluços, talvez quem veja esse texto não entenda o porque de tamanho choro, mas nesse momento me lembrei de tantas coisas, me lembrei de tantos, me culpei pela morte de tantos inocentes, onde eu estou enquanto tantos morrem, enquanto tantos sofrem, porque essas pessoas desta época nazista, algumas pessoas verdadeiramente boas, morreram, porque ainda tantas outras morrem por motivos imbecis e fúteis?
Não culpo a morte por essas morte, nem tão pouco culpo a Deus, afinal Ele não tem culpa do mal que escolhemos fazer.
E me lembrei do quanto doí perder alguém, me lembrei novamente dos meus avós, dos meus irmãos, do Flávio...
Não acabei de lê-lo, ainda não, mas o terminarei e espero que esse seja o primeiro de muitos a findar, a cortar o cordão, espero que esse seja, depois de muito tempo, o primeiro de muitos a me fazerem viva novamente.

"Rudy Steiner estava dormindo. Mamãe e papai dormiam. Frau Holtzapfel, Frau Diller. Tommy Müller. Todos dormindo.Todos morrendo."
A Menina que Roubava Livros

(Texto originalmente publicado numa terça, 15 de maio de 2012 no meu blog pessoal)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

o esquecer

Com o passar dos dias nós deixamos que o tempo, a correria, o deixar pra lá nos faça esquecer a nossa música favorita, nosso sonho favorito, nosso abraço favorito, nosso filme favorito, nosso livro favorito, nossa citação preferida, nossa saudade favorita, nossa pessoa favorita.
Deixamo-nos esquecer do que nos trouxe brilho aos olhos, da razão que nos fez começar, do sonho iniciado, da motivação que nos trouxe até aqui.
Abrimos os olhos e vemos o nosso presente, ansiamos um futuro, esquecemos do passado.
É tão mais difícil continuar sem algo que nos apoiarmos, é tão difícil continuar sem um sonho preferido pra correr atrás, sem um abraço preferido que você possa recorrer, sem um livro preferido que você possa mergulhar, sem o filme favorito que você possa assistir, rir e chorar, sem sua citação preferida pra você possa recordar e te dar força, sem sua música favorita pra que você possa fechar os olhos, sentar debaixo do chuveiro e cantar, sem sua saudade favorita pra que você deseje um dia reencontrar, sem sua pessoa favorita pra que você possa apenas, simplesmente, amá-la!
A vida sem brilho, os olhos opacos nos deixam menos vivos, somos como mortos levantando de suas camas.
Não deixemos que a vida nos leve, vamos viver a vida.
Me peguei sorrindo ouvindo uma música antiga do meu celular, me lembrei de tantas coisas, refiz emocionalmente um caminho que há muito percorri, revivi sonhos, acendi luzes, tirei o pó, me sentei a mesa, pedi um café e tomei em minhas mãos um livro de lembranças, sonhei de novo, alcei voo, não me rendi as cebolas do deserto, não repeti os pratos que deixei pela metade, não, não fiz isso, lavei os pratos, joguei a comida fora, assinalei numa lista o que me fez ter indigestão para que não seja boba de repetir, mas peguei essa mesma lista e vi tudo que não estava assinalado, tudo que sempre me fez bem e que apenas deixei pra lá, então fiz meu pedido e dessa vez não vou esperar a mesa, vou pegar as receitas e eu mesma correr atrás pra que os pratos fiquem prontos, tudo embalado ao que sempre me trouxe brilho aos olhos.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

"Que não espera por você"

Nesses últimos dias coloquei um playlist antigo pra tocar, e dentre as músicas - dos mais variados estilos, diga-se de passagem - estavam algumas músicas que eu gosto desde os meus 15/16, dentre essas a frase de uma música me chamou a atenção:
"Ao ver alguém partirQue não espera por você"
Antes de continuar o texto é necessário que se entenda que eu tenho o bom/mal habito de recolher frases nas músicas e atribuir a elas um significado pessoal, tirando elas do contexto musical que originalmente foram criadas e declamadas, pra levá-las a um contexto próprio, onde o significado é importante pra mim, vindo como resposta e resolução de algo que nem sempre condiz com o que todo o resto da música diz, como acontece com algumas frases das músicas do Ed, do 1D, do Skank, Capital, etc. Entendendo isso, tome a frase como única e não como um contexto, e assim sendo posso continuar a explicar o porque dessa frase me chamar a atenção.

Essa frase me despertou o desejo de falar sobre algo que há um tempo sinto: o ser passageiro.
Já escrevi muito sobre isso no meu outro blog, e se não me engano, já escrevi sobre o assunto, mesmo que pequenos comentários, aqui também, mas hoje quero aprofundar isso, preciso escrever aqui sobre isso.
Sempre sofri por não conseguir ficar pra sempre na vida de alguém, sempre chegava um ponto que eu simplesmente saía da vida das pessoas, sem brigas, sem magoas, eu só saía, me distanciava, isso me atormentava dia e noite, eu só não entendia o porquê disso, e sofria e sofria e não conseguia mudar, no fim entendi que eu era alguém que passava.
Eu apenas entrava na vida das pessoas por algum motivo, cumpria a missão e saía, deixava a pessoa livre e ficava livre.
Tanto que eu já conheci muita gente na minha vida, mas muita gente mesmo, tive amigos de nos considerarmos irmãos, assim como tive colegas que não significaram nada, mas que eu passei pela vida dessas pessoas, e de todos, sem exceção, a única pessoa - fora pais, irmão, sobrinhos -  que eu tenho certeza que vai estar pra sempre na minha vida é a Carol, só. Há pessoas que eu quero que fiquem, quero mesmo, mas que eu não tenho certeza se irão ficar, e quando eu entendi essa minha 'missão' de passar eu aprendi a utilizar ao máximo todos os momentos pra ser realmente feliz e fazer a outra pessoa feliz enquanto eu estava ali, eu aprendi a fazer meu máximo pra que fosse importante, porque depois, bem, o depois eu não possuo, eu possuo o agora e é nesse que eu preciso fazer as coisas valerem a pena e é aí que a frase entra.
Eu nunca fui a pessoa que ficou vendo o outro ir sem me esperar, ao contrário, sempre fui eu que fui e não esperei ninguém, sinceramente, não sei se isso é bom, eu só sei que isso sou eu.
Cresci querendo me casar, ter meus filhos, ter meu lugar, meu chão, mas hoje eu não me vejo assim mais.
Por mais bizarro que seja, eu não me vejo com alguém, não me vejo dividindo todos os meus dias com alguém, dividindo meus sonhos, minha história com alguém, não me vejo sendo mãe, tendo a responsabilidade de ser mãe, esposa, não me vejo tendo um chão pra criar raízes, não que ache que o casamento está fora de moda, ao contrário, defendo com a minha vida a instituição da família, mas eu não me vejo, hoje, nem namorando alguém, estando com alguém, eu me vejo sozinha, eu me vejo pra sempre sozinha e não me vejo em um lugar só, eu disse uma vez pra uma amiga que eu sinto que se eu não fosse de lugar nenhum, como se eu não tivesse raízes, como se eu fosse todos os lugares, é assim que eu me sinto, eu não me vejo em um lugar pra sempre, eu me vejo em todos os lugares em tempos diferentes, eu nunca gostei de títulos, algo que me limitasse a ser mais do que aquilo, eu sempre me permiti ser diferente, ouvir coisas diferentes, ler, assistir coisas diferentes, sempre permiti que minha mente se abrisse a horizontes desconhecidos, sempre firme aos meus princípios, minhas morais, mas sempre livre pra discutir algo a mais do que já havia 'mastigado', e tudo isso me fez ir em frente, dar passos em caminhos desconhecidos, seguir e seguir sozinha e por mais bizarro que pareça eu não me sinto mal por estar e imaginar estar sozinha pra sempre é algo que hoje, sinceramente, não me traz sentimentos ruins, na verdade me traz paz, é isso que eu sinto (digo sozinha em relação a relações entre pessoas e não em relação a Deus, espiritualidade, por favor, não confundam as coisas).
Talvez seja um momento, seja uma fase, vejo amigos entrando e saindo de relacionamentos como se isso fosse a coisa mais simples e importante a se fazer, ou se desesperando por estar sozinha, ou esquecendo de si e fazendo de tudo pelo(a) namorado(a) e fico me questionando se o problema está em mim, porque eu não me importo com isso, tá, as vezes penso que seria legal ter alguém do lado, mas aí eu peso todas as circunstâncias que decorrem de estar num relacionamento, coloca na balança meus sonhos, minhas metas, a minha vida e não consigo achar relevância tão grande assim em ter alguém, não uma relevância que não se limite, hoje, a uma carência, e não acho que alguém mereça sofrer sobre o peso da carência afetiva alheia e isso me faz ver que eu estou bem sozinha e que antes de ter alguém, eu preciso ter a mim, minha vida em minhas mãos, ter/conquistar meus sonhos, minhas metas, meus lugares e só depois, bem depois, ter alguém, se eu realmente achar alguém que a relevância dele em minha vida seja tão fundamental que eu queira dividir meus dias, minha história, meus sonhos, quem sou com ele, até lá eu ainda acho que eu entrarei na vida das pessoas e irei embora sem esperar por ninguém.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Sonhos

Agora pouco entrei no youtube pra ouvir alguma coisa, ouvir, porque poucas vezes vejo os clipes, apenas coloco músicas pra tocar enquanto faço algo, então dei uma olhada nos vídeos sugeridos da página inicial e lá estava um vídeo novo do Biquini Cavadão, muitas e muitas músicas deles me marcaram, não acompanho a banda, mas tenho um carinho ímpar por eles, pelo trabalho deles, por isso fui ver o clipe e me lembrei que há alguns anos tinha escrito um texto no meu outro blog sobre uma situação que estava passando e que as músicas deles se encaixavam como respostas ao momento que eu vivia, e que por incrível que pareça era uma situação um pouco parecida com a que estou hoje, uma situação de mudança e de decisão, então fui procurar o texto e achei.
Ele data de 19 de fevereiro de 2008, e dentre tantas coisas que escrevi ali, um trecho me chamou a atenção:
"E quando eu ouvi isso eu senti que era comigo que alguém estava falando, era como se Ele dissesse que meu sonho irá vir me buscar, que eu tenho esse ano para me arrumar, me preparar, que tem tanta coisa que me espera e que esse sonho vai me levar para longe , muito longe, porque meus planos são ambiciosos, porque eu quero ir para fora, eu quero poder mexer com a imaginação de outras pessoas, despertar alegria, ódio, tristeza, gratidão, vê-las chorar, rir, mudarem..."

A música a qual me refiro é "Vou te levar comigo" do Biquini Cavadão, e é estranho como o sentimento se reincendeia, não sei se meus sonhos são os mesmos, talvez eles se transformaram, talvez tomaram outros rumos, mas eles permanecem com a mesma essência, eles se destroem e se refazem, eles permanecem, de um modo diferente, mas de certa forma ainda o mesmo.
No momento que ouvi a música nova do Biquini senti como se aquilo, o fato de estar ouvindo novamente a música de uma banda tão querida em um momento parecido com ao de 5 anos atrás, me mostrasse que tudo daria certo, que não precisava ter medo, que as mudanças acontecem porque precisam acontecer, que eu mudo porque preciso mudar.
Eu não sou mais a Viviane de 18 anos que pensava que o mundo se transformava apenas com um piscar de olhos, sem real esforço, hoje eu não acho mais que tudo é simples, fácil. Eu cresci, eu mudei, amadureci. Hoje tenho 23 anos, mas eu ainda sei que meus sonhos são ambiciosos demais, eu ainda sei que eu posso ser quem eu quiser, e que se eu lutar, meu bem, se eu lutar eu vou conseguir.
Hoje não tenho mais tanto medo, mas tenho mais cautela, mas eu ainda acho meus sonhos irão vir me buscar, que eu vou pegar em suas mãos e vou pra longe, pra muito longe, vou pra lá onde só eu posso chegar e pelos motivos que só eu sei.
Como disse pra uma amiga:
Eu não me desgasto explicando porque pra algumas pessoas pode ser muito vazio, mas pra mim é totalmente cheio.
E eu só tenho uma certeza:
Tudo vai dar certo!

"As curvas no caminho, meus olhos tão distantes,

Eu quero te mostrar os lugares que encontrei
Como o céu pode mudar de cor quando encontra o mar

Um sonho no horizonte, uma estrela na manhã
De repente a vida pode ser uma viagem
E o mundo todo vai caber nesta canção

Vou te pegar na sua casa, deixa tudo arrumado
Vou te levar comigo pra longe
Tanta coisa nos espera, me espera na janela
Vou te levar comigo

Eu quero te contar as histórias que ouvi
E nas diferenças vou te encontrar
O amor vai sempre ser amor em qualquer lugar

Vou te pegar na sua casa, deixa tudo arrumado
Vou te levar comigo pra longe
Tanta coisa nos espera, me espera na janela
Vou te levar comigo"

Apelar

Esses dias eu estava na livraria e minha amiga que trabalha lá me disse:
'Compra esse' indicando um livro que continha uma mensagem de Jesus pra todos os dias.
Eu disse não, não quero.
Ela perguntou o porque e eu disse, porque é apelativo.
Talvez quem leia isso ache que eu sou contra a Igreja, nada, nadeca cristã, mas veja bem, eu sou Católica Apostólica Romana, filha e serva da Igreja, como o Papa disse: a minha opinião é a opinião da Igreja.
Eu, durante 4 anos, estive num caminho formativo de uma comunidade de vida e aliança.
E sou, graças a Deus, muito inteligente e curiosa, vindo a isso a conclusão de que eu sei muita coisa sobre a Igreja, seu magistério, o Catecismo, sobre a vida de alguns santos, sobre o que a Igreja é e pensa, como sei também sobre outras denominações religiosas, porque eu procuro saber do que eu falo antes de falar, eu busco fontes confiáveis, eu busco e procuro saber do que eu digo e por isso eu tenho certeza da fé que eu tenho, do que professo e creio da Igreja, em Jesus, na Trindade, em Maria, na intercessão dos Santos, na proteção dos Anjos, em milagres, em Deus, eu acredito e nada me tirará dessa fé, porque pra mim, ser Igreja não é algo que eu posso escolher se quero ou não ser, é o que sou e sempre serei.
Mas um dia eu li uma frase que me fez muito sentido:
"Deus não tem facebook"
Não adianta eu ficar falando de Deus, de Jesus, ficar falando e falando e não viver, de nada adianta. "As palavras convertem, o testemunho arrasta"
E pode parecer aos olhos de muitos um que de relativismo, mas eu procuro de toda a minha alma ver Deus onde Ele se esconde, onde ninguém mais procura, num sorriso, num abraço, naquela música daquele cantor que todo mundo julga, nas palavras sinceras de amor daquele que ninguém espera, no pai que apenas ama, naquele que chora por saber que errou, mas que busca o amor, eu busco Deus nos livros, busco Deus e tento levar Deus pra aqueles que não sabem ainda o que é o amor, busco levar Deus da maneira que eles podem ver, veja você que se eu quiser empurrar uma bíblia guela abaixo ele vai embora e nunca mais se deixa aproximar de alguém que seja cristão, essa é verdade, eu tento mostrar Deus como amor, como o verdadeiro amor, eu busco mostrar Deus amando, e eu sei que quando a pessoa entender que há algo que eu tenho e que ela precisa pra preencher esse vazio que ela tem, que eu tenho e que o mundo todo tem, ela vai me perguntar e aí ela estará pronta, não pra engolir a bíblia, mas a amá-la.
E sobre acreditar piamente que Deus se esconde onde ninguém vê, sabe, eu não substimo Deus, e eu acho que Ele não é rude ao ponto de fazer um ser a sua imagem e semelhança e nem por um momento sequer usar do seu sopro leve pra que essa pessoa um dia, nem que por um momento, ela transmita a sua essência que é amor.
Não esperem de mim declarações como dos outros, explicitas, apelativas, as vezes elas ocorreram sim, quando eu achar necessário, mas todas as outras vezes esperem de mim apenas amor.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

o poder

As palavras sempre tiveram um poder anormal sobre mim, todo o tipo de palavra, escrita, cantada, rabiscada, dita, acho que a de menor peso sempre foi a dita, mas elas nunca deixaram de ser poderosas, um dos motivos eu acho que é por que sempre tive medo de esquecer.
Lembro-me que quando perdi meus irmãos eu dizia pra minha mãe que tinha medo de esquecê-los, esquecer que tive irmãos.
Meu irmão mais velho eu convivi 15 anos, mas o caçula foram menos de 11 meses, e eu tinha e ainda tenho medo de esquecê-los, esquecer seus rostos, por isso eu me forçava a lembrar deles, eu me forçava a sentir dor porque assim não os esqueceria, e hoje, por incrível que parece, um dos poucos rostos que lembro mais claramente é o deles, da minha infância eu tenho poucas lembranças, as poucas, a maioria é com eles, eu não os esqueci, e esse medo de esquecer me fez começar a escrever, escrever também pra fugir, pra deixar sangrar.
Meus textos são e sempre serão bem pessoais, é impossível não me enxergar neles, não me ver escrevendo-os, eles são uma extensão de mim, eles são a mim. As palavras não brotam, elas escorregam de mim, elas falam de ódio, falam de amor, falam de escuridão e falam de luz. Elas falam disso porque elas falam de mim, assim como as palavras dos outros falam delas e é por isso elas são tão poderosas, pelo menos pra mim.
Quando ouço uma canção eu não me prendo só ao toque, eu procuro a letra e me coloco sentada num balanço de baixo de uma árvore ao lado da música pra que ela me conte mais do que as suas linhas possuem, pra que ela me conte a verdade, pra que ela me fale sobre o que vai além. Do mesmo modo faço com os livros, eles são mais que páginas com letras impressas, eles contêm uma alma, uma história que se entrelaça com a alma de quem a escreveu, ela se entrelaça com a minha alma e é preciso tratá-la como algo maior que apenas palavras amontoadas com um sentido explicito, elas vão além, todas vão, e essa riqueza de poder tocar a alma de alguém é algo que me fascina desde a infância.
Lembro-me que minha professora de português do fundamental tinha uma caixa de livros e nos obrigava a lermos alguns a cada passar de meses, lembro-me que li vários, mas o que mais me chamou a atenção não me recordo o nome, só o enredo, me recordo que a protagonista dizia que somos aquilo que acreditamos e que o que acreditamos se torna real, não me lembro de jeito maneira o nome, mas lembro sua essência, lembro a verdade que ele trazia a mim, e foi assim que aprendi que palavras são mais do que como são publicadas, aprendi que o erro não é esquecer o formato, o rosto, mas esquecer a essência, nunca direi com exatidão uma frase, uma história, por mais que ela me marque profundamente, sempre a direi como a vejo, como ela é atrás de toda a roupagem, assim também com as palavras ditas, elas talvez não sejam tão importantes pra mim, porque aprendi a longas penas, que nem sempre falamos com a alma, mas apenas com o impulso, e essas palavras não tem real significado, não merecem ser aprofundadas, assim como os status rápidos das redes sociais, eles só são palavras fiadas, sem importância, sem alma, não merecem demora de quem as assisti.
Desde quando aprendi tudo isso, mesmo que inconscientemente e instintivamente, eu comecei a buscar a essência das coisas, o que elas diziam de verdade, a árvore que se balança, o vento que sopra ao meu rosto, o amigo que olha com carinho, o livro que se entrega aos meus cuidados, o cantor que deixa vazar a alma, o pecador que tem alma, a essência sempre foi mais importante, sempre, e as vezes, essência não se explica, só se sente, e sentir não é algo fácil de retalhar e mostrar, talvez por isso eu tantas vezes apenas me calei diante da pergunta, diante do choque. Do que adianta tentar explicar, do que adianta mostrar como vejo, as pessoas não tem a minha alma, não tem meus olhos, elas são elas e isso as faz diferente, e elas nunca vão entender porque me expressar é tão importante, porque escrever é algo que eu não posso abrir mão, elas nunca vão entender porque eu entendo com tanta facilidade, elas nunca vão entender o porque eu insisto em amar o diferente, porque eu insisto em ser diferente, porque insisto em ser eu, insisto em não me anular e porque as vezes eu insisto em não explicar, porque as vezes eu insisto em só sentir.
Acho, de verdade, que todas as palavras já estão lá, só esperando que o véu se rasgue e elas apareçam, é como as cicatrizes, elas existem desde sempre, eu tive uma pequena, minuscula fase de auto-mutilação, não foi realmente uma auto-mutilação, apenas me feri algumas vezes, mas eu sinto que minhas cicatrizes existem debaixo de minha pele, elas não precisam sair, elas já estão lá. Por exemplo, eu sinto que há uma em mim mim que pega todo o meu antebraço direito, na parte interna, não me pergunto como eu sei que existe, como a sinto, apenas sei que há uma fenda lá, uma ferida aberta, não física, mas psíquica, eu sei que ela é fruto da minha mente, mas ela existe, ela nunca vai ser exposta, mas ela existe desde sempre, e há outras em meu corpo, escondida aos olhos, visível a alma, e é assim também vejo as minhas tatuagens.
E quando me questionam sobre tirar tatuagens, digo que acho besteira, porque as pessoas podem não mais ver, mas você sempre irá saber que ela esteve lá e que sempre estrá mesmo que agora não mais visível, então do que adianta realmente?
Sobre as minhas elas não vão deixaram de existir se apagá-las ou não fazê-las, porque elas já estão lá, cada uma, para mim elas não são só arte, elas são expressões, elas são, as já feitas e não feitas, palavras com almas, com a minha alma, minha expressão.
Pra algumas pessoas pode ser uma coisa fútil, e na realidade pode até ser, mas pra mim não, elas existem dentro de mim, algumas pessoas tatuam onde não conseguem ver pra não enjoarem, já as minhas sempre serão visíveis aos meus olhos, porque elas já são há muito tempo visíveis a mim, dentro de mim elas sempre foram, e mesmo que a partir de hoje eu nunca mais tatue nada, na verdade todas, todas as que fiz e que não fiz já estão em mim, de um modo que ninguém pode ver, mas elas existem, e toda vez que eu olhar pra o lugar que elas residem, mesmo que elas não estejam visíveis, eu as vejo, eu as sinto, assim como cada texto que escrevo. Sempre digo que quando eu namorar não quero aliança, não quero porque isso é mostrar pra alguém, aceito até um simbolo, um colar talvez, mas não um anel, porque não tem que ser pros outros, minhas tatuagens não são pros outros, elas são pra mim, são pra Deus, meu modo de falar com ele, assim como meus textos, pra Ele, mas não pros outros, por isso acho que nunca me preocupei realmente que me entendessem, nunca me preocupei realmente de explicar o significado, porque isso na verdade é insignificante pros outros e realmente é tudo pra mim.
Nunca irão me ver indo até um cantor ou um autor para perguntar o que ele quis dizer com determinada frase, personagem, pessoa, porque não me importa, só me importa o que significou pra mim, importa o que disse a mim, isso pode ser visto como relativismo, mas sério do que me importa o que pensam? bem, nada! Porque eu sei há uma verdade em toda a essência e ela não é mutável.
Acho que por isso sempre fui mal em interpretação de texto, nunca disse o que meus professores queriam ouvir, eu dizia o que entendia, eu dizia o que sentia, eu dizia sobre a alma que ali eu recolhia, e sentir não é algo que se tenha por série, é único, e eu nunca me rendi a massa da interpretação, sempre busquei mais, a contrapartida sempre me coloquei a ouvidos, posso não gostar de explicar, mas admiro uma boa partilha e explicação, não que eu me renda ao modo que o outro vê, mas me abro a ver além, além da onde minhas feridas me impedem de ver, aprendi a ouvir e aprender com o outro, isso é valioso, as palavras são valiosas, sua essência na verdade é pura e ao mesmo tempo carregada da realidade e  da verdade, da verdade de cada um.
Por isso sou movida pela música, embalada pela dança, apaixonada por palavras, estampada por frases, amante de filmes, introspectiva num verso.
Bem eu sou assim, bem, eu serei sempre assim, e talvez nunca ninguém entenda, mas bem, veja você, que eu não me preocupo com isso, me preocupo muito mais de não me deixar ser impedida de ser assim.

Ps: se eu tivesse todo o dinheiro do mundo, teria uma casa confortável, um carro bom e todo o resto gastaria em livros, filmes, viagens e numa árvore, porque minha alma não chora por dinheiro, na verdade ela chora por almas, pela essência.

das necessidades

E eu poderia viver sem tudo, tudo mesmo, sem comida, sem água, sem teto, mas se me tirassem o direito de escrever, o direito de me expressar através das palavras, seja onde quer que elas precisem ser escritas, bem me dariam de presente a morte, porque estaria fadada a enlouquecer, a não deixar que tudo saísse e isso só teria um resultado.

domingo, 4 de agosto de 2013

'It's too cold outside for angels to fly

... For angels to die.'

Essa música veio de encontro comigo e simplesmente me marcou de uma forma que acho impossível um dia esquecê-la.
Eu gosto das músicas do Ed, não só por ele ser ruivo, não só por ser britânico, mas por elas serem VERDADEIRAS.
Na música atual se vê muitos astros, muita dança, muito chiclete e vê se pouco verdade, música, acordes, coração rasgados transformado em canção, mas eu vejo isso no Ed, ele não é perfeito #GRAÇASADEUS, mas suas músicas de certo modo são e essa, como muitas outras dele, não traz paz ao ouvi-la, mas traz questionamento; ela, como a maioria, não traz palavras polidas, cultas, e nem a inexistência de palavrões, mas ela me atacou, ele me ataca com suas músicas, me tira do eixo, me faz chorar, me faz pensar, me faz olhar em volta e por mais contra-texto que isso seja me fez sonhar.

A menina da música que ele canta em Little Lady é a mesma de The a Team, o refrão, vejam, é o mesmo e a sua história é contada nas duas, em The a Team ela é contada com mais cuidado, como se fosse uma sinopse de um grande livro, já em Little Lady - essa sim me atacou e me esbofeteou - Ed canta com Mikill Pane e contam como foi a vida dessa menina que foi para uma grande cidade para estudar, como sua mãe sempre sonhou, e é entregue nas mãos de seu tio, alguém que devia zelar por ela, amá-la como uma filha e pelas mãos deste é obrigada a se prostituir, a se vender, a se trocar por trocados que nem se tornam seus e com o pouco que recebe aprende rápido a fugir da realidade com a ajuda de uma amiga branca esfarelada.
Vive num silêncio amargurante com medo de morrer nas mãos de seu algoz, não pode procurar ajuda médica para cuidar de seus inúmeros machucados, tão pouco dizer a verdade em sua casa, já que sua mãe acha que ela vive bem em seu sonho de verão, e quando ao quase morrer na rua é ajudada e interrogada e levada a acreditar em uma esperança longinquá mas que brilha em algum lugar, mas que tendo que voltar a sua casa encontra ali que pra ela não há uma esperança, mesmo que seja seu aniversário, mesmo que ela não tenha escolhido isso pra ela, mesmo que ela não merecesse viver o que viveu, mesmo que ela merecesse algo melhor, mesmo que ninguém mereça passar por isso, ela encontra sua realidade, triste realidade que ultrapassa a linhas de uma música e vive na carne de muitas meninas que foram arrancadas da sua inocência, da sua infância, dos seus sonhos e do amor, ela encontra com seu algoz e por ter ganhado um cartão com escritos que se assemelhavam a luzes verdes de esperança morre porque um dia alguém quis dar-lhe a liberdade, morre mesmo rejeitando a ajuda por medo de morrer.

Essa música me esbofeteou porque ela é verdade, não é um conto, não é uma lenda, ela é real e tem meninas por aí que não tiveram a sorte que eu tive de conhecer meus pais, ter amor, ter família, ter amigos, ter escolha, elas estão por aí, muitas com sua amiga branca farelenta e outras com amigas afiadas que a afastam da dor, todas sozinhas sem ninguém por elas...

Me esbofeteou porque não sei mais o que estou fazendo de minha vida, será que é só isso? Será que é só pensar em alguém, será que é só pensar em mim?

Ela me fez, em contra-texto, sonhar porque me fez lembrar o porque de um sonho, o pra que deste sonho, e não é a toa, nunca foi, eu sei que se eu for eu não volto, mas eu sei o porque estarei lá, ou porque estarei aqui, porque essa música me fez lembrar.

Vejo nos noticiários hoje que um grande poeta da música morreu, sua prima disse que 'ele não queria morrer sozinho', ninguém o quer, nem ele, nem eu e nem elas...

"Está muito frio lá fora para anjos voarem...
Para anjos morrerem..."

(Esse texto foi escrito originalmente no dia 06 de março de 2013 no meu blog pessoal/privado, mas revendo-o decida não deixá-lo apenas lá, então reproduzi-o aqui na data presente)

domingo, 14 de julho de 2013

A dor de ser perfeito!

Quando o Chorão morreu eu lembro que conversei com uma amiga e ela disse que na hora que ela descobriu que era overdose ela ficou muito brava.
Eu já lembro que não fiquei, porque eu realmente não me surpreendi, não porque acho certo, mas simplesmente é porque eu entendo o porque uma pessoa acaba usando drogas.
Uma vez ouviu uma pregação do Padre Fábio que dizia que uma pessoa que realmente se ama não fará nada contra ela mesma, e essa é verdade.
Se eu me amasse eu não agiria contra mim de forma alguma.
E, sinceramente, é fácil julgar.
Ontem eu falava disso com meus primos, falei principalmente sobre a Demi...
As pessoas colocam nos outros uma pressão de perfeição desumana, as pessoas precisam sempre dar exemplo, serem o melhor que todo mundo quer, principalmente as pessoas famosas, isso, novamente, é desumano, ninguém merece viver com esse peso sobre os ombros, ninguém e é nesse momento que as coisas simplesmente desandam.
Como contar pra alguém que você está triste, que você erra, que você sofre quando o que os outros querem ouvir é que você ama o que faz, que você está ótimo?
Como decepcionar todas aquelas pessoas que apostam todas as moedas delas em você?
Como chorar quando o que todos querem é sorriso?
Como explicar que sua vida não é perfeita quando todos acham que é?
Como dizer que na verdade é um pesadelo quando todos dizem que é um sonho?
Nesse momento que você simplesmente não pode ser você de verdade você começa a procurar algo que simplesmente alivie a sua dor, a minha válvula de escape sempre foi e acho que sempre será escrever e ouvir música, mas isso não funciona pra todo mundo, e as vezes, pra mim também não adianta e aí eu tento outras coisas, nem sempre coisas boas, mas as vezes a dor precisa sair se não eu explodo, por isso eu entendo quem se machuca, quem se droga, não estou fazendo apologia a nada, não acho certo, apenas digo que entendo.
Pra algumas pessoas algumas coisas são simplesmente práticas, "se incomoda MUDE", mas nem todos conseguem simplesmente mudar, eu entendo quem é prático, mas também entendo quem não é.
Principalmente as pessoas que tem "alma de artista" sofrem muito, não mais que os outros, mas de um modo diferente, quem é artista simplesmente sente diferente e na maioria das vezes não se aceita, não aceita ser uma arte tão perfeita quanto gostaria, assim como não aceita que um quadro, uma cena não seja tão perfeita quanto o vislumbre que um dia ele teve diante de sua imaginação, a imperfeição simplesmente dói, e o desejo de ver perfeito sufoca.
Por isso não julgo o Chorão, é só ler com verdade todas as músicas dele... Alguém que escreveu com tanta verdade tinha dentro de si uma carga emocional que poucos seriam capazes de suportar.
Toda vez que ouço "Clarisse" do Renato vejo escrita numa música dores que eu vivi e dores que muitos vivem, como alguém escreveria isso sem nunca ter sentido nada do gênero?
E como lidar com isso?
Como?
As pessoas são diferentes e o modo de lidar com a dor é diferente.
Eu sou católica, creio em Deus e sei que Ele é o grande senhor de tudo, o único que pode realmente cuidar de tudo, eu sei e não quero fazer apologia a nada que vá contra os mandamentos e a doutrina da minha Igreja, Igreja que amo e escolhi ser filha e serva, mas eu simplesmente estou dizendo que a vida não é simples e amargamente preta e branca.
Talvez se fossemos além das críticas, dos julgamentos seriamos capazes de amar, capazes de não esperar, de não sufocar e capazes de ao invés de ficarmos bravos, abrirmos os braços e deixar que as pessoas se sintam seguras em nosso colo.
A segurança de um amor que ama independente das nossas fraquezas nos faz mais fortes.
Se sentirmos que não precisamos mentir, não mentiremos.
Se houver uma pessoa no mundo que alguém possa ligar de verdade, a qualquer hora e qualquer lugar para dizer a VERDADE a pessoa não irá buscar consolo em outro lugar, pelo menos não com tanta frequência.
Deixe de buscar em alguém a perfeição, você não sabe quanto, quanto dói ter que ser perfeito e saber que você NUNCA vai ser.
Pare de julgar alguém porque ele foi fraco, tenta olhar o que foi bom e não simplesmente o que foi ruim.
Ver a morte de um jovem ator hoje de manhã não me trouxe dor porque provavelmente ele morreu de overdose, me doeu porque ele foi uma pessoa boa pra aqueles que realmente estavam do seu lado, me doeu porque mais uma vez a pressão foi maior que o amor, me doeu porque, porque doeu.
Não julguem, busquem respostas, busquem onde o amor que você deu foi menor que o pressão que você fez, a pressão a outras pessoas que você ainda faz.
Antes de sermos atores, famosos, artistas, cantores, modelos, pessoas públicas, tios, tias, primos mais velhos, irmãos mais velhos, mães, pais, filhos, padres, pastores, cristãos, somos HUMANOS e essa posição incluí imperfeição, fraqueza e humanidade, não se esqueça disso!

eu acabei contando

Ontem eu fiquei por muito tempo sentindo uma dor maior que eu sufocando meu peito, esses dias têm me deixado triste, tenho estado triste, só não sei porque, talvez algo esteja voltando.
E ontem eu sabia que algo ia acontecer, eu só sabia.
Quando começamos a conversar eu não pretendia contar nada de novo e nem de antigo e quando vi que já estava contando tudo e vi minhas primas que vi crescer, que peguei no colo chorando porque na verdade eu sou e sempre fui fraca vou um tanto esmagador.
Ver uma das minhas pequenas limpando as lágrimas por saber que eu na verdade não sou nada daquilo que ela pensou que eu era foi triste.

Eu sempre tentei ser forte, principalmente pelos meus primos mais novos, sempre quis ser exemplo pra eles, mas na verdade eu não sou, nunca fui, talvez eu nunca teria coragem de machucá-los, nunca teria coragem de dizer a verdade, mas ontem tudo simplesmente saiu, talvez eu não queira nunca mais ser exemplo, talvez eu nunca mais queira que me vejam como eu não sou.

E hoje eu simplesmente queria dormir por um bom tempo, um tempo muito grande.

sábado, 13 de julho de 2013

Voltando a escrever

Faz um certo tempo que não escrevo, não apenas aqui, faz um certo tempo que não escrevo nada sobre mim, sobre o que estou sentindo, uma lástima, afinal tinha que ter escrito nesses dois meses no diário que minha psicologa me deu com tanto carinho, mas simplesmente não consegui, apenas vivi por um tempo, sem tentar pensar, o que foi burrice, porque andei apenas passando, e muitas vezes prestando mais atenção em coisas alheias do que em mim, em como melhorar, e isso, pessoalmente, pra mim, é um erro.

Gostei de saber que tenho interesses diversos e que sou uma pessoa que ama, mesmo que esse amor pareça estranho, rs, aprendi isso errando, mas todos sabem que de um mal pode-se tirar algo bom, foi isso que experimentei esses meses, agora é o momento de saber dividir as coisas alheias com as quais devo continuar a me preocupar e as que não, enfim, mas esse texto inicial nada tem a ver, ou talvez tenha, não sei, sobre o que quero dizer, apenas precisava colocar pra fora o porque não estava escrevendo sobre mim.

Enfim, faz um tempo que não leio realmente, tenho 3 livros iniciados - fora todos os outros - que preciso terminar de ler, mas sinceramente não gosto de livros "técnicos", aqueles que não tem história, realmente já li alguns, mas particularmente acho-os monótomos, chatos, e acabo deixando pelo início, não me acostumei, ainda, a forçar-me a terminá-los, na verdade gosto de histórias com histórias, haha, livros que me tragam a oportunidade de ver a vida de uma pessoa fictícia pela ótica de outra pessoa, ver uma pessoa sutilmente expressar algo que talvez tenha dentro de si através de um emaranhado de contos que nunca existiram, gosto principalmente de livros que não tem continuação, que no mesmo volume começam e se findam, acho que fiquei assim depois de ler Harry Potter, era esmagador esperar o próximo volume e depois dessa coleção que em nenhum momento me decepcionou, criei um medo de nenhuma série chegar aos pés e por isso me mantive a par de séries, provavelmente estupendas, também tem o fato de eu querer, mas não ter grana suficiente pra comprar 50 mil livros, enfim, mas eu gosto de livros que não são manuais, muito menos auto-ajuda, gosto de histórias, principalmente aquelas que são esmagadoramente reais mesmo sendo falsas.

E depois de "Garotas de Vidro" não tinha sido atraída por nenhuma outra história (preciso sentir atração pelo livro antes de lê-lo, pode parecer estranha essa frase, mas é a verdade. Nenhum livro que não tenha me atraído antes de eu comprá-lo eu consegui terminar de ler, lembro por exemplo de Nárnia, não conhecia o livro, tinha visto o filme, mas a capa me encantou e por isso o comprei e hoje o considero o melhor livro que tenho, aconteceu algo parecido com "A menina que roubava livros", vi uma vez uma foto de um conhecido, não tão conhecido, com o livro nas mãos, nem dava pra ver a capa direito, mas eu me apaixonei e o ganhei pouco tempo depois de um amigo, demorei pra lê-lo, mas ele era incrivelmente atraente e a lembrança do amor pela capa me fez nunca desistir de um dia terminar e da mesma forma "Garotas de vidro" simplesmente fixou meu desejo de uma maneira que não resisti), e depois que terminei de lê-lo não li mais nenhum, comecei, mas não terminei e acontece que vi na internet sobre o livro "A culpa é das estrelas" e achei bem interessante os comentários e os fragmentos do livro que as pessoas tem publicado por aí e eu decidi que DEFINITIVAMENTE eu precisava deste livro.
E ontem eu fui comprá-lo, não é um livro comum, sei que precisarei lê-lo duas vezes pelo menos, isso não é algo que eu faço comumente, mas quando estava na página 69 eu já tinha certeza que isso seria necessário, ele é fácil de ler, envolvente, mas há palavras fora do habitual e agora quero lê-lo, mas da próxima quero um dicionário junto, rs, mas não quero fazer uma crítica sobre o livro em si, porque não acabei de lê-lo, mas quero falar sobre algo que me chamou a atenção, o livro consegue ser clichê e não ser, tem o romance que faz sonhar, mas o que achei incrível é a visão da personagem sobre o tema do câncer, pois é, a protagonista tem câncer em fase avançada, mas esse não é um livro sobre auto ajuda e nem nada, ela simplesmente diz como vê o câncer, como se sente em relação a isso, o que acontece também no livro "Garotas de vidro" em relação a protagonista sobre anorexia, é uma visão clara e bem realista sobre como a pessoa vê essas situações da ótica de quem realmente vive essa situação, não é nada poético e nem lúdico, o que eu acho interessante, porque estamos acostumados a ver as pessoas escrevendo sobre "situações delicadas" de uma forma tão ficcional que é difícil vermos as coisas como algo, talvez, apenas, diferente, algo que não queremos viver, mas que acontece com algumas pessoas, nada realmente, de outro mundo.
Eu tenho obesidade e compulsão alimentar e preguiça, não é um câncer, uma doença que pode não ter "cura", meu caso é reversível, dizem pelo menos, mas eu não consigo ainda reverter esse caso e há alguns meses cogitei a possibilidade de ter transtorno de personalidade borderline, mas nada confirmado afinal não fui a um psiquiatra ainda e minha psicologa não pode me diagnosticar, mas cogitar essa possibilidade me fez ficar infeliz por um bom tempo, assim como saber que sou obesa, compulsiva e sem auto-estima, essas coisas sempre me incomodaram, não consegui simplesmente mudar mesmo estando incomodada com isso como muitos fazer, apenas convivi com isso e muitas vezes deixei isso ser maior, mas isso sempre foi problema meu, sempre, não há quem, por mais que queira, mudar isso por mim, então eu simplesmente aprendi deixar as pessoas de fora da minha situação catastrófica, os poucos pra quem pedi ajuda me arrependi depois, porque eu na verdade só enchi o saco deles, alguns até hoje eu ainda encho, rs, mas esses são pessoas que eu ainda acho que podem de algum modo me ajudar, e claro, não mostro tudo, apenas o necessário e eles respeitam isso, o que acho bom e eu sinceramente odeio as pessoas que agem por dó, pessoas que "aparecem" para te ajudar, eu não me sinto a vontade pra falar, elas não convivem comigo, nunca estiveram interessadas em mim, e porque quando eu estou mal elas aparecem? Me lembro de urubus e isso me dá arrepios, eu simplesmente não me abro e penso que alguns agem como que por culpa, tipo, nossa onde eu estive? Preciso ajudar. Eu não estive ao lado dela e talvez se eu estivesse ela não teria feito isso... (eu já pensei assim sobre algumas pessoas) e na verdade isso é uma grande bobeira, afinal ninguém tem culpa, quando eu fiquei sem comer por uma semana foi uma escolha minha, ninguém me obrigou, talvez situações tenham contribuído para que acontecesse, mas no final quem bateu o martelo fui eu e só eu e por isso ninguém precisa se sentir culpado, apenas eu...
E não gosto de pessoas que ficam se mostrando preocupadas comigo por algo, só não gosto, acho que tenho outras coisas do que falar e se eu não estou falando sobre isso talvez só não queira falar, perguntar uma vez ok, mas sempre não, eu não quero falar então não quero e fim, apenas isso, uma hora ou outra se eu quiser eu vou falar como aconteceu com a Carol, acho que ficamos uns dois meses sem conversar direito por falta de tempo mesmo, e no dia que saímos eu não me senti obrigada a contar que quase me matei e tudo mais que aconteceu, porque ela não me obriga a fazer um relatório sobre tudo, eu falei sim, contei tudo, mas porque eu quis, porque eu quis que ela soubesse do que eu passei porque ela estava comigo esse tempo todo mesmo sem estar, mas eu me dei o direito de que eu também poderia não contar, nós damos esse direito uma a outra e isso é incrível porque no final a depressão que eu passei não ver ser o assunto que teremos pra sempre, não será o começo e nem o fim de nenhuma ligação, talvez fique no meio, haha, mas nunca será o motivo de nossa conversa, não será um rótulo do tipo "preciso ligar pra Vivi pra ter certeza que ela não anda se cortando" e depois da informação desligar, ela pode até ligar pra saber, mas essa não será a única lembrança que ela terá de mim como eu não tenho só uma lembrança dela e isso, eu sei, é o que nos fará amigas pra sempre, sem exagero no pra sempre, e um dos motivos que me identifiquei muito com o "Garotas de Vidro" foi isso, eu percebi que eu simplesmente não precisava me obrigar a me importar tanto com os outros, me sentir tão culpada por escolhas que os outros fizeram e que eu não precisava me obrigar a me abrir com qualquer um pelo simples fato de que eu precisava me abrir, eu percebi que meus problemas são meus e fim, posso pedir ajuda, mas não sou obrigada a isso, e há um trecho bem triste do livro que me trouxe isso, triste, mas verdadeiro:

"Na boa? Eram dois fantasmas encerados horrorosos em papel de açougue. Eu sabia o que ele queria ouvir. Ele não suportava me ver doente. Ninguém suporta. Eles só querem ouvir que você está melhorando, está em recuperação, levando um dia de cada vez. Se você fica emperrada do 'doente', então deveria parar de perder o tempo deles e morrer de uma vez."
- Garotas de Vidro

Triste, não é? Nada poético, mas simplesmente real, vivo, essa é a verdade, e foi a partir daí que eu simplesmente parei de me culpar por ser tão fechada sobre o realmente sinto, parei de me sentir culpada por fechar meu blog, parei de culpar os outros por não se preocuparem comigo como eu queria que se preocupassem e parei de me sentir culpada por não me preocupar, hoje eu estou lutando, me sinto muito mais a vontade pra falar sobre todas essas coisas, porque eu falo porque quero falar e não espero preocupação de ninguém em troca, ao contrário repudio quem vier falar comigo depois disso SÓ por isso, repudio de verdade, porque quero pessoas da minha vida que se lembrem de mim além disso, além dessas todas coisas, que se lembrem com carinho da minha risada, dos meus abraços, das minhas discussões sobre conspiração, do meu amor por música, livro, Londres, 1D, Ed Sheeran, meu amor pela Igreja e por Deus...
E é por com a deixa desse desejo que partilho com vocês o trecho do livro "A culpa é das Estrelas" que desencadeio todos os pensamentos que resultaram nesse longo texto:

"Não dava pra distinguir claramente como ela era através daquelas homenagens, mas não parecia haver muito o que odiar - ela parecia ter sido, acima de tudo, uma doente profissional, como eu, o que me deixou com medo de que, quando eu morresse, eles não tivessem mais nada a dizer sobre mim exceto que lutei heroicamente, como se a única coisa que eu tivesse feito na vida fosse Ter Câncer."
{ - A Culpa é das Estrelas - John Green - }

Como disse hoje pra minha mãe:
"Não é porque alguém morreu, ficou viúvo, doente, gorda, magra demais, perdeu um braço, uma perna que ele simplesmente virou santo e não possuí mais nenhum defeito"

domingo, 23 de junho de 2013

No mundo...

No mundo existe um cara que é ruivo, olhos verdes, que é ator, inglês, engraçado, tem corpão, é educado, inteligente e que desenha muito bem.
No mundo existe um outro cara que é ruivo, inglês, tímido, gordinho, fofo, canta e escreve músicas perfeitas, bom, que amam tatuagens, os amigos, é sincero e verdadeiro.
No mundo existe um outro cara que tem cabelos cacheados, olhos verdes, inglês, que tem a voz mais diferente e perfeita que eu já ouvi, que canta muito bem, que me faz chorar toda a vez que ouço a música que ele escreveu, que gastou 3 mil libras (TRÊS MIL) em pizza para desabrigados, que foi pra África pra conhecer de perto a realidade das pessoas de lá, que correu atrás do seu sonho, que tem o sorriso mais perfeito, que sofre por não dar atenção a todo mundo que o ama, que ama a família, ajuda os amigos, é verdadeiro, é falho e por quem eu rezo todo o dia.
E aí com esses três aí no mundo, solteiros e a espera da menina certa, você acha mesmo que vou aceitar namorar com qualquer um só porque todo mundo está namorando?
Err.... não!

E até mesmo antes de estar com alguém, eu quero estar comigo, com meus sonhos, com meus objetivos e aí quem sabe, eu queria um deles, obvio, mas na hora certa Deus me dá o que é pra ser meu.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Sobre as manifestações do Brasil

Pra começar esse texto quero compartilhar uma frase que vi no Twitter do @Soulstripper:
"acho importante para quem tiver a oportunidade, ir em alguma das manifestações, mesmo sendo contra, mas para entender o que é e como é.."
 Foi exatamente o que eu fiz.
Não dá pra falar das manifestações apenas pelo que vemos na mídia e muito menos pela internet, é preciso estar lá, sentir, ver como é.
E depois que fiz isso quero escrever alguns fatos e levantar alguns questionamentos sobre tudo que está acontecendo.
Lembram de quando escrevi esse texto "Deliberando sobre marcas da ditadura", nele falei sobre o atentado de Boston e sobre como nós reagimos perante os sentimentos que temos, até hoje, sobre a ditadura. Mas porque estou lembrando disso?
Desde quando teve início as manifestações não há quem não se emocionou, é lindo ver os brasileiros se mobilizando por algo que não seja o futebol, é lindo mesmo ver jovens saírem da suas casas para lutarem por algo, mas aí chegamos a uma questão:
"O que é esse algo?"
Inicialmente foi a revolta pelo aumento de 20 centavos na passagem em São Paulo, nessa manifestação houve abuso de poder da parte dos policiais, aí nesse momento as manifestações tomaram o foco de revolta perante esse abuso, mas aconteceu que a polícia em outros lugares onde ocorreram manifestações começou a agir como a policia deve agir que é com respeito e só ‘interferindo’ em caso de real necessidade, salvo exceções, e então após algumas outras manifestações pelo Brasil e no mundo em apoio ao Brasil a passagem diminuiu em várias cidades, inclusive na que eu moro, Campinas, e acontece que no meio dessas manifestações todas as pessoas começaram a exigir 'n' coisas e todos nós começamos a dizer: não são só 20 centavos. E eu engrosso esse coro, claro que engrosso, afinal olha o nosso país como está, olha a situação deplorável da educação, saúde e principalmente olha a corrupção, claro que o povo não se revolta só com 20 centavos a mais, MAS as pessoas estão tão empolgadas em querer revindicar que na verdade elas nem sabem o que pedir, elas querem tudo (por sinal parece que o Danilo Gentilli falou isso no programa dele ontem), mas as pessoas não entendem que não adianta apenas querer, é preciso saber os meios pra exigir estas coisas, minha antiga psicóloga dizia 'um desejo sem iniciativa é só um desejo'. 
Vou usar um exemplo: o movimento contra os 20 centavos.
 O MPL que estava a frente da negociação tinha estudos e propostas para apresentar ao governador e ao prefeito, não era só o desejo que não aumentasse, mas eles sabiam o que estavam pedindo e como pedir, mas hoje na manifestação que eu fui eu senti que as nessas manifestações que estão ocorrendo não tem isso mais de saber o porque e como das coisas.
Às vezes nós achamos que pra darmos um jeito nas coisas precisamos gritar e dizer o que queremos sem lideres e ble, mas isso é uma ilusão. Todo grupo precisa de um líder, alguém que te indique um caminho, que SAIBA O QUE  ESTÁ FAZENDO, se não vira baderna por baderna.
Um pede educação aqui, um saúde lá e blá, mas essas pessoas não sabem nem como funciona a parte legislativa que rege a cidade, muito menos a nação, não digo que não pode melhorar, mas é preciso ter em mãos como isso pode acontecer, é como alguém chegar em você e dizer "quero um bolo pra amanhã" e desligar sem falar sabor, nem dizer onde entregar, não perguntas o preço e nem mesmo se você realmente é confeiteiro... entende?
Está tudo muito vazio, eu digo isso como alguém que está vendo as manifestações da parte da mídia, internet e que fui a uma, e digo que as pessoas não sabem nem o porquê estão nas ruas e nem como realmente pedir o que querem, por exemplo, não vi na verdade nenhuma frase a ser gritada que tivesse valor real sobre as manifestações, era gente xingando a Dilma, gente cantando o Hino, gente xingando o prefeito, gente xingando o Neymar, gente chamando as pessoas pra virem pra rua, não teve uma conversa antes e nem depois (todos saíram correndo por causa do embate entre policia e marginais) sobre as verdadeiras causas de tudo, foi um povo cheio de boa vontade - na maioria - que queria mudança no que via, mas que pensa que apenas caminhar pelas ruas pode mudar algo.
Não estou falando que as manifestações não tem força, não sou idiota pra dizer isso, mas entendam, não basta caminhar pela rua e dizer "Dilma vagaba", precisa ter um plano de estratégia de mudanças reais na sociedade que vivemos.
Aí caímos em mais um ponto, na  minha opinião,  o povo está emocionado, eu também - é só olhar meu face e ver que em menos de 1 semana eu compartilhei mensagens apoiando a causa mais do que compartilhei em um mês sobre outros assuntos juntos - é lindo, como já disse, ver o povo gritando e saindo as ruas, mas o povo está sem organização e foco como já disse, mas seria utopia achar que tudo isso na verdade não tem algo por trás.
Porque digo isso? Na verdade eu não queria ver isso antes, meu sentimentalismo estava muito aflorado pra achar qualquer coisa adversa sobre essas manifestações, mas eu me afastei do sentimento e comecei a pensar... Vamos lá, o MPL é um movimento antigo, bem antigo, com manifestações pelo Brasil todo e que são frequentes, como de um dia pro outro tomou essa causa tomou a proporção que tomou? Internet, sim, concordo e apoio que a Internet está tendo muita influência. É nítido isso, só um burro não percebe que as manifestações tomaram forma por aqui, MAS como elas tiveram esse BUM assim tão grande pra que chegassem aqui?
Foi uma coisa muito rápida, em menos de 15 dias há mais gente na rua manifestando do que na época da ditadura, os movimentos estão se dizendo apartidários, isso é lindo, mas serão apartidários até quando, quem vai tomar a liderança disso tudo, lembrando que precisa ter se não vira arruaça, e mais: quem foi que começou, realmente, tudo isso?
Perguntas bobas... ninguém sabe... vamos viver o agora e ble, e é esse o ponto onde nos assemelhamos aos americanos.
No texto que escrevi que coloquei lá em cima como link eu dizia que o governo americano 'usou' do atentado - ainda acho que foi um golpe - para fazer o povo e a mídia voltarem os olhos pra eles como o país competente que protege como uma águia seus filhos, no Brasil isso nunca funcionária, como escrevi nesse mesmo texto, temos marcas profundas da ditadura e não acreditamos assim nos nossos policiais e exercito, MAS nós temos um amor imensurável pela nação, não há quem não bata no peito e diga pelo menos uma vez que é brasileiro (com muito orgulho e com muito amor). O patriotismo é nossa grande qualidade e pode se tornar nossa grande fraqueza. Porque, afinal, é muito fácil manipular um povo sem cultura e movido pela emoção, e não uso o sem cultura com aspas, porque o povo brasileiro não tem cultura mesmo, cultura, noção de sua história e inteligência, afinal são poucos os que procuram informação. Aí vão e colocam a culpa na falta de educação, mas sinto informar que a internet é um dos maiores acervos de qualquer informação e hoje quem realmente quer busca saber, mas o povo brasileiro gosta das coisas mastigadas, então é fácil manipular, muito fácil, afinal estamos nesse momento ‘no ponto’, estamos enlouquecidos com o orgulho brasileiro, estamos dispostos a sair às ruas e lutar, não sabemos pelo que, mas vamos lutar até o fim 'sem recuar' e é agora que alguns vão usar do seu poder de manipulação pra nos dar a causa, ou 'as causas' e estaremos tão emocionados que nem mesmo teremos o senso crítico de pensarmos sobre o que é isso mesmo, basta parecer digna que abraçaremos, basta alguém falar que conseguiremos uma igualdade que todos abraçaremos, basta alguém dizer que é pro bem geral que todos abraçaremos... e aí quando tudo estiver 'danado' vamos parar pra pensar no que fizemos, aí perceberemos que fomos manipulados.
Não estou dizendo pra todos concordarem comigo, só peço que abram um pouco os olhos, se afastem da emoção e vejam o que realmente está acontecendo, só eu que me pergunto o que será que os manifestantes querem que aconteça pra pararem?
Tipo, manifestação até quando? Qual é o grande acontecimento que vai fazer as pessoas pararem?
E perguntem-se mais ainda qual o motivo de você sair na rua e como o que você revindica pode ser alcançado, sem frirulete, mas com sabedoria. E se pergunte se você, por mais que não queira, não está sendo um joguete, um número numa jogada de alguém.
Afinal, eu posso tirar uma foto sua na manifestação e dizer ao mundo que você estava comigo na passeata a favor do comunismo, por exemplo, dependendo pra quem eu digo isso, como você vai saber que foi usada ou não poderá dizer que não era esse o real motivo que você estava lá.
Parem pra pensar na onde estamos nos metendo, quem se vangloriará com meus passos e meus gritos, a gente não tem controle sobre tudo, não tem.
Deixo também um texto que li sobre o assunto, não compartilho de todas as ideias da moça que escreveu, nem sobre isso e nem sobre outros assuntos, mas não há como negar que ela soube dilacerar muito bem o que está acontecendo, claro que de acordo com a ótica pessoal dela. É enorme o texto, mas muito interessante:
E também deixo o vídeo onde o André Botelho - fundador da Comunidade Pantokrator – diz, também, sobre as manifestações:

E por fim deixo o trecho de uma música do Biquini Cavadão que exprime todo o que senti hoje:
"Vindo de todas as partes
Mas indo pra lugar algum
Assim caminha a raça humana
Se devorando um a um"