terça-feira, 24 de setembro de 2013

Rezar por quem se ama...

Eu lembro que no início do ano passado, se não estou confundindo as datas, vazaram fotos do Rupert fumando, e um tempo antes saiu uma foto, supostamente dele, fumando num boing, eu fiquei tão triste na época, chorei e chorei.
Ele sempre foi meu grande amor platônico, o ruivo que eu quero abraçar e dizer que ele mudou muita coisa na minha vida e que sim, eu amo ele, então quando eu o vi fumando não me senti decepcionada, me senti triste.
E com os meninos do 1D é a mesma coisa, eu não os julgo, não deve ser fácil o que eles passam, já falei do que eu acho sobre essa pressão sufocante em outro post daqui, e eu até compreendo essa fuga, mas isso não diminui a dor de vê-los assim, e não uma, mas inúmeras vezes eu chorei pedindo a Deus por eles, pela vida deles, pela alma deles.
Então hoje eu fui rever HP2, e na última cena o Ron abre um sorriso tão sincero, tão verdadeiro, tão Rupert...
Ele era só uma criança, um menino...
E só Deus sabe o que aconteceu na vida deles desde que ele foi escolhido pra esse papel, só Deus sabe o que ele está vivendo, e mesmo sem ter real certeza de nada concretamente, me deu uma dor no peito, cheguei a imaginar que ele estivesse melhor se não tivesse sido escolhido, que ele estaria bem melhor se ele fosse, hoje, só um vendedor de sorvete.
Talvez ele não fosse o meu ruivo preferido, meu grande amor platônico, mas talvez ele estivesse mais feliz, e eu, mesmo sem ter noção disso, também, quem sabe?!
Talvez o Daniel não estivesse no estado que está se não fosse o Harry, talvez tanta coisa se não tivesse sido como foi, mas eu se que o se, na realidade, não existe!, então diante do que tenho, me sobram as lágrimas, a oração, a esperança de um dia poder dar um abraço neles, olhar nos olhos e dizer que os amo independente e mesmo com tudo.
O que existe em mim e sempre irá existir, mesmo que nunca os veja, mesmo que eles se acabem, literalmente falando, é meu amor por eles, eles que me ensinaram a sonhar, a acreditar, a ser o melhor que posso naquilo que melhor ser fazer, a compreender e até por onde não seguir.
"Ser forte a todo e a cada amanhecer"
Eu só rezo pra que eles fiquem bem...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Apego próprio

Ultimamente ando meio desapegada das pessoas, como disse no post anterior, até me surpreendi ao me ver sorrindo com a notícia de que talvez meu preferido esteja namorando, afinal ele me faz tão feliz, mas eu não o posso fazer, então que ele encontre alguém que possa.
Mas no mesmo passo que ando me desapegando dos outros, ando me apegando a mim e as "meus pedaços soltas".
Sempre tive esse apego, veja que 1) não empresto meus livros, 2) tenho um blog restrito onde meus pedaços escritos são os mais íntimos possíveis, 3) me causa arrepios pensar em alguém vasculhando meu computador, celular, tablet, cadernos.
Geralmente eu fixo abas no navegador, são as mais diversas, as vezes eu excluo todas, as vezes, algumas, mas sempre adiciono algo e se as fixos é porque eu quero fixá-las e tem algo que eu quero ver depois, então elas ficam lá e me sinto satisfeita com isso, e houve um dia que eu emprestei o notebook pra uma pessoa, primeiro que isso já é algo considerável, aí essa pessoa "se apossou" do computador e começou a fazer as coisas dela  e 1) se eu emprestei, fico grata de saber pra quê e que use só pra isso e 2) não mexa no que já está, se está tem que ficar, e aí 1) ela começou a usar para outro fim diferente do qual eu emprestei e 2) ela começou a excluir os links que estavam fixos.
Eu fiquei revoltada, meu sangue subiu, meu sangue desceu e eu só disse que se estavam fixas era por algum motivo e que ela abrisse uma nova aba para fazer o que ela estava fazendo e, sim, joguei na cara dela, por brincadeira, que só emprestava meu note novamente se ela não mexesse nas minhas abas fixas.
Pode ser algo infantil, e é, mas por ter esse apego sobre a minha própria pessoa me sinto muitas vezes invadida, e quando alguém entra sem bater, sem pedir licença eu me arisco e me incomodo.
Se nem Deus entra se não deixarmos que Ele assim o faça, não vejo sentido dos outros tentarem arrombar portas, principalmente quando essa porta dá acesso a algo precioso como a nossa essência, ao nosso segredo, a nós em profundidade.
Gosto de mim ao ponto de me preservar, mesmo que muitos achem que me exponho demais, sei direcionar o olhar pra aquilo que quero que vejam, foi e será assim, porque eu gosto de mim o suficiente pra deixar tesouros escondidos, assim como os piores venenos.
E gosto de me proteger também porque ninguém realmente te compreende, ninguém vive a sua vida, ninguém se importa 100%, ninguém quer ver 100% e nem é por que vejam, ninguém aguentaria a verdade 100%.
"Mostre a eles o que eles são capazes de enxergar"

A solidão cheia

Eu sempre fui alguém bem social, com muitos conhecidos, alguns amigos.
Sempre gostei de falar e falar, esses dias mesmo, um amigo disse que sentia falta da minha tagarelice, mas eu sinto como se sempre tivesse sido alguém que falava pra fora, como se minhas palavras e meus relacionamentos começassem de um ponto pra frente e nunca do fundo, do zero de mim mesma em diante.
Lembro-me que em 2008 eu tive um início de fobia social, eu fazia cursinho e tinha que caminhar umas 3 quadras mais ou menos até o ponto onde pegava o ônibus e durante esse percurso eu ligava pra minha mãe e ficava falando com ela até pegar o ônibus, raramente não ligava pra minha mãe, e raramente conversava com alguém no ponto, mesmo as pessoas que estavam lá, na sua maioria, fizessem cursinho no mesmo lugar que eu, simplesmente tentava ignorar a existência de outras pessoas, não sei se por medo de ser rejeitada ou por outro motivo, não sei ao certo, mas eu simplesmente tentava me manter num universo que não permitia a entrada destas pessoas. Durante os 3 meses que fiz o curso foi mais ou menos isso que aconteceu,eu também muitas vezes ficava 'fazendo hora' no prédio do curso pra que quando fosse pro ponto não houvesse ninguém, outras vezes eu ia com uma amiga na rodoviária e pegava um ônibus num ponto próximo de lá e assim foi seguindo por esse período.
Graças a Deus essa fobia, depois de um tempo, não evoluiu ao ponto de eu passar por uma rua e suar frio pelo simples fato de existirem pessoas lá, ao contrário, a fobia diminuiu consideravelmente e me sinto bem confortável vivendo em sociedade, tenho muita facilidade de criar laços, de me relacionar, de conversar, enfim, eu sou uma pessoa bem social hoje, mas esses dias tenho me questionado até que ponto essa minha socialização vai, até que ponto eu realmente sou social.
Já disse em outras publicações que eu as vezes me canso das pessoas, que me afasto sem motivo, simplesmente continuo e não me importo de deixar os outros pelo caminho, que não sou alguém pra vida toda, e que, as vezes, eu sou alguém pra ninguém.
Ultimamente tenho estado realmente cansada das pessoas, de algumas em especial mais que o comum. Tenho estada cansada de relações de toda a espécie em sua maioria, algumas, na verdade, me são indiferentes, mas outras, ainda, me despertam saudades e me fazem bem quando estou com elas, e sobre outras eu, apenas, quero um tempo delas.
Tenho o desejo infinito de dar um tempo em todas as redes sociais, umas porque estou cansada de conversar e em outras porque me cansei de me preocupar tanto com a vida de algumas pessoas e ter esquecido a minha.
E é aí então, depois de todo esse emaranhado de pensamentos que encontrei uma resposta de um questionamento interior.
Com o tempo você se acostuma a se preocupar em demasia com os outros e esquece de si.
É assim com qualquer pessoa, é assim com toda pessoa.
A gente se preocupa com o outro, se preocupa se ele está bem, se preocupa com o que ele pensa sobre ele, sobre o mundo, sobre a gente e aí nos prendemos a uma rede venenosa, nos esquecemos da gente, nos preocupamos tanto em não machucar o outro e nos preocupamos tão pouco em machucarmos a nós mesmos, nos preocupamos tanto em saber e ajudar o outro e nos esquecemos de saber sobre a gente mesmo e de nos ajudar, e é aí que os fios se arrebentam.
Não digo que precisamos viver egocentricamente ao ponto de não importarmos em nada pelo outro, em não pensar e não se importar em como afetaremos alguém com determinadas atitudes, em apenas satisfazermos nossas vontades ou algo derivado desse ponto de vista, mas digo que as vezes, e sempre, precisamos pensar em nós, colocarmo-nos em um ponto em que eu pense em mim, que eu me conheça, que eu lute por mim, porque se não vamos chegar num ponto onde não seremos mais alguém, um individuo, mas sim uma pessoa terceirizada que vive para e em prol, apenas, de uma terceira pessoa (por favor, não estou falando de Deus, estou falando de pessoas com quem convivemos 'carnalmente'), e acho que viver assim, terceirizado, é realmente de uma tristeza sem tamanho.
Por esse motivo, eu acredito que tenho vivido num momento onde me basto, onde quero estar comigo apenas e somente, com raras exceções, momento que tenho me questionado sobre perguntas tão banais, mas que não sei responder, como por exemplo "qual é meu lugar favorito?", "qual minha comida favorita?", "qual minha pessoa favorita?", "qual seria meu dia perfeito?", "qual a fruta que mais gosto?", "qual foi meu pior dia?" e perguntas do gênero, perguntas um tanto tolas, eu sei, mas que só eu sei responder, ou estou procurando saber, perguntas que, essencialmente falando, dizem tanto sobre mim, perguntas que eu saiba, talvez, a resposta quando elas são sobre outras pessoas, mas que eu esqueci de responder quando elas foram sobre mim.
Este momento que estou vivendo é tão precioso, tão propicio a ser um dos melhores momentos da minha vida, um momento absolutamente solitário, mas ao mesmo tempo tão povoado. Povoado de Vivianes, Vivianes passadas, Vivianes presentes, Vivianes futuras, Vivianes que só eu conheço e Vivianes que só eu posso vir a conhecer.
Neste dias tenho gostado de dirigir sozinha pra lugar nenhum e com a companhia apenas de Deus e das minhas músicas favoritas.
Tenho gostado de ler meus livros, pensar e reformar.
Tenho gostado desse tempo, tenho gostado cada dia mais de mim.
E, acredito, que não excluí nenhuma rede social, mesmo infinitamente querendo, porque mesmo cansada de pessoas eu sei que não posso me excluir do mundo, da sociedade e que, as vezes, eu preciso manter certas conversas porque mesmo querendo estar sozinha não tenho o direito de simplesmente sumir da vida de alguém sem ter realmente um motivo para isso e sumir assim deixa feridas em quem foi abandonado, e ferir não é minha intenção, então as vezes, mesmo cansada, preciso conversar porque do outro lado alguém precisa falar e vê em mim alguém que sempre esteve ali e que precisa continuar a estar, mantenho as RS também porque há alguns com quem, algumas vezes, quero conversar, quero estar ali com eles, assim como fora dessa realidade há pessoas que, as vezes, também quero estar, que no meu mundo de solidão eu deixo que eles se sentem a mesa comigo, ou que deixo que se sentem no banco do passageiro do carro enquanto eu viajo, porque há pessoas que nunca interromperam meu silêncio, nunca quebraram meu pensamento, que só me olham e eu conseguo sorrir e, as vezes, conversar nestes momentos.
Eu gosto que estes estejam ali povoando minha solidão.

Nestes dias tenho querido a companhia das músicas da Gabrielle Aplin, em especial da música "Please don't say you love me", não por um motivo especifico, mas por um todo, os acordes são calmos, sua voz me faz refletir e a letra é algo que eu concordo e penso igual há muito tempo.

"Palavras pesadas são difíceis de aguentar
Sobre pressão coisas preciosas podem quebrar
E como nos sentimos é difícil de fingir
Então não vamos entregar o jogo"

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Apaixonada

"Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim"

Tenho ouvido e escrito tantas coisas piegas, românticas, sentimentais, é como se eu estivesse apaixonada...
Na verdade eu estou, mas não por outra pessoa, mas por mim!
Escrevi aqui outro dia que não me vejo casando, estando com alguém, esta opinião permanece real, não me vejo encontrando alguém para quem eu esteja disposta a dividir minha vida, parar alguns sonhos, sonhar junto, alguém pra conversar sobre tudo e estar com ele até o fim, não me vejo, simples assim, mas talvez não me veja, não apenas por tudo isso aí, mas porque nesses meses me sinto tão completa, tão cheia, tão feliz, tão livre, tão apaixonada por mim.
Dizem que quando se ama o mundo começa a ter sentido, que você passa a acreditar, ter esperança, e, eu acho, que já que é assim hoje eu posso dizer que realmente estou amando.
Nos pequenos gestos, mudanças, retomadas vejo como hoje tudo tem mais sentido, hoje tudo é mais cheio, mais real, menos obrigatório e mais decidido.
Consigo olhar no horizonte e agradecer por tudo.
Consigo acreditar e apenas acreditar, como nunca antes acreditei.
Vejo e ouço a poesia e a entendo e a sinto, me balanço ao som dela, me deixo devanear entre os sonhos, entre o amor com que outros escreveram,
Me sinto verdadeira e convicta, me sinto real com menos pesos nos pés, pronta pra admitir erros, pronta pra celebrar vitórias, pronta pra continuar, talvez parar, talvez mudar, talvez só descansar e tudo feito com amor, com profundo amor.
Me sinto cheia de amor e é como se nenhum nome cabece nesse relacionamento tão cheio, só cabece o meu nome, só o meu, só de Deus, só de nós, como se todos os outros nomes estivessem em volta, porque ele precisa transbordar, mas pra ser cheio só precisasse de mim, só precisasse de Deus.
Olho pra olhos verdes que me arrebataram suspiros e me sinto livre pra continuar a suspirar, mas hoje ele está em volta e não mais dentro.
Esses olhos ainda existem, como outros que vieram depois e sempre existiram, mas hoje não há mais necessidade de me preencherem, não são mais eles que tem essa função.
Ainda há espaços a serem preenchidos, eu, na realidade, sei disso, mas não há como terceirizar esse trabalho, então mãos a obra e rogo a Deus que Ele não me deixe esquecer de como me sinto agora, como me sinto apaixonada por mim, pela poesia, pelo lúdico, pelos meus sonhos, pela minha pessoa e que quando o sentimento se for a lembrança permaneça.

"A casa fica bem melhor assim"

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

As palavras que salvam

Enfim terminei meu terceiro livro do John Green, li 'A culpa é das estrelas', 'Quem e você, Alaska? E 'O teorema Katherine', nessa ordem, furtivamente, nunca li tantos livros de um autor só em tão curto espaço de tempo e sem interrupções e agora sinto que devo ler o último livro que comprei dele 'cidades de papel', não por obrigação social, mas por obrigação pessoal, é o fim legal pra essa paixão descabida por um autor que há 3 meses nem sabia quem era.
Engraçado o fato de que comprei ACEDE por um impulso, como sempre, pela linda capa e por tão boa crítica, não me arrependo, as palavras do John me atacaram e me fizeram pensar em tudo, em mim, passava por um processo delicado e extremamente pessoal e um estranho conseguiu, com suas palavras, atravessar uma muralha de gelo e atingir o ponto, Augustus se tornou uma paixão, Hazel uma amiga, depois Coronel e gordo se sentaram comigo ao redor do lago e ali descobri um pouco mais de mim e a Alaska, bem a Alaska se tornou como um espelho, como uma loucura, como uma Vivi paralela, e agora Hassan, Lindsay e, definitivamente, Colin se tornaram um divisor de águas onde eu aprendi que o entre o agora e o futuro há um tempo onde eu posso renascer e ser quem eu quiser ser quantas vezes eu quiser, eu posso isso, eu tenho esse poder sobre mim e isso me faz acreditar tanto, me faz ter coragem, todos esses livros me ajudaram a ter coragem, coragem de sair e olhar de fora, olhar quem eu sou, como estou e como quero estar. Me ajudaram a tomar uma decisão e continuar a cada passo me decidir, sem imposição, só com coragem de seguir por onde eu preciso seguir.
"Você tem a importância do que você considera importante"
E quando fui fechar o livro me deparei com a dedicatória da minha grande amiga que me deu o livro e que dizia:
"Obrigada por me salvar de mim mesma"
Na verdade quem vem me salvando é ela, quem tem me salvado são as palavras, tem sido o John, e na verdade, tem sido Deus através deles, mas voltando ao lado humano de falar, o John tem sido como um mentor, realmente um salvador de mim mesma, e eu espero nunca dizer isso pra ele, assim como espero nunca dizer a JK que foi graças a ela que fui seduzida ao mundo mágico da leitura, nem dizer ao 1D que eles salvam minha vida constantemente com seu exemplo e suas músicas, muito menos dizer ao OTM que meus dias são infinitamentes mais lúdicos e ao mesmo tempo reais depois que os conheci, nem ao Ed que eu sou uma pessoa melhor depois que ele entrou na minha vida. Espero, sinceramente, nunca dizer nada disso a eles porque isso tudo é importante pra mim, eu mudei, eu sou melhor depois que eles entraram na minha vida, mas eu sou melhor porque me permiti mudar e isso é grande, enorme, mas pra mim, eles não precisam saber, quem precisa saber sou eu.
E como quando a gente faz algo bom pra alguém sem que ela precise saber, como, por exemplo rezar ou jejuar por ela, é babaquice contar, perde todo o valor do ato, então quando fazem bem pra mim, as vezes eu prefiro silenciar e agradecer a Deus por essas pessoas e pedir que assim como eles me fizeram bem, o façam a outros e que outros façam a eles tão bem quanto o possível.
É assim, agora é assim, mas há um intervalo, e talvez eu mude de opinião, quem sabe?
:)

domingo, 1 de setembro de 2013

O livro que me fez voltar a sentir...

Há algum tempo não choro ao ler um livro, há tempos não tenho coragem de terminar de ler um livro, essa é a verdade.
O último livro que realmente eu conto como lido foi o "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" e foi este livro que me fez chorar, chorar com a morte do Dulmbledore.
Lembro, que graças a minha ansiedade, li antecipadamente essa parte e chorei, voltei para a página que estava e voltei lá antecipadamente várias vezes e chorei todas elas.
Não consegui ler inteiro o livro 7, acho que se o fizesse choraria e pior ainda, admitiria um final, não o quis. Fugi.
Depois disse li apenas um livro inteiro, mas esse de tão curto não me emocionou tanto, me fez gargalhar, mas não realmente me emocionar, depois disse vieram tentativas e mais tentativas de terminar alguns livros, tenho coleções de livros pela metade, um amigo disse que não sabe como consigo não terminar de ler um livro, eu sei.
Eu tenho medo de findar as coisas, medo de que as coisas com as quais crio um vinculo se rompam, não é tão fácil assim pra mim, quando as abandono, sei que de algum mudo elas continuam lá, a minha espera, com uma virgula, mas sem um ponto final, tenho a sensação que isso me trava de alguma forma, mas ainda não consigo me livrar de mal hábito, mas por causa dessa mesma frase desse amigo, despertou em mim o desejo de teimosia e de mostrar que eu consigo terminar um livro, rs, eu voltei ao meu livro mais querido, o livro que em si carrega um amor de amigos, que trás impregnado em cada página a saudade e toda a lembrança de um grande amor.
A chamada deste livro sempre me seduziu.
'Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.'
Ela me seduziu de um modo irresistivelmente adorável, não tinha como não o ser.
O desejo de ler palavras da morte, conhecê-la, saber como alguém imaginava que ela pensava me seduziu. O livro me ganhou e eu o ganhei desse grande amigo.
Talvez soe estranho meu desejo louco de conhecer a morte, mas sempre quis ser sua amiga, ela é minha irmã, como já dizia São Francisco, ela é criatura de Deus e precisa ser encarada como tal, talvez nós homens ainda não a compreendemos, mas ela não é má, mal é quem a provoca e a clama antes do momento certo, e ao ler esse livro, essas linhas de um homem que tenta transcrever o modo como a morte vê as coisas me emocionou.
Há coisas tão dolorosamente tristes nestas linhas, a morte eminente, a visita constante da Morte ao redor de uma pequena menina que não deveria sofrer assim, mesmo que num livro.
Quando li sobre seu irmão, sua primeira visita, lembrei das visitas que recebi, de TODAS, em cada página esperava ansiosa por uma morte já anunciada, imaginei modos brilhantes para tal acontecimento, e esperava, mas colocava para fora um respiro de alivio quando via que, pelo menos naquele capítulo ela não estava, mas na hora que ela, de uma maneira tão inusitada e TRISTE realmente apareceu eu chorei, não me deu o direito de parar de ler até que este capítulo acabasse, limpei as lágrimas, feri meu rosto com a aspereza da manga da blusa e fui até o fim, mas quando a linha acabou e o ponto final apareceu eu só pude fazer um dobra na página para um dia ali voltar, marcar a página que parei, fechar o livro e chorar, um choro com soluços, talvez quem veja esse texto não entenda o porque de tamanho choro, mas nesse momento me lembrei de tantas coisas, me lembrei de tantos, me culpei pela morte de tantos inocentes, onde eu estou enquanto tantos morrem, enquanto tantos sofrem, porque essas pessoas desta época nazista, algumas pessoas verdadeiramente boas, morreram, porque ainda tantas outras morrem por motivos imbecis e fúteis?
Não culpo a morte por essas morte, nem tão pouco culpo a Deus, afinal Ele não tem culpa do mal que escolhemos fazer.
E me lembrei do quanto doí perder alguém, me lembrei novamente dos meus avós, dos meus irmãos, do Flávio...
Não acabei de lê-lo, ainda não, mas o terminarei e espero que esse seja o primeiro de muitos a findar, a cortar o cordão, espero que esse seja, depois de muito tempo, o primeiro de muitos a me fazerem viva novamente.

"Rudy Steiner estava dormindo. Mamãe e papai dormiam. Frau Holtzapfel, Frau Diller. Tommy Müller. Todos dormindo.Todos morrendo."
A Menina que Roubava Livros

(Texto originalmente publicado numa terça, 15 de maio de 2012 no meu blog pessoal)