quarta-feira, 20 de agosto de 2014

tudo dói.

Às vezes a única coisa que sou capaz de sentir é que meu coração vai explodir.
Quão exagerado isso soa eu nem sei expressar, mas uma vez uma amiga me disse que eu sou uma máquina de sentimentos e na verdade é exatamente isso.
Quando eu vi pela primeira vez o filme “Hugo Cabret” eu me identifiquei com a parte onde ele dizia sobre as peças das máquinas, falava que não existem peças sobressalentes. Eu acreditei naquilo, eu acreditei que eu não era uma peça sobressalente, eu acreditei num ideal, mas as vezes eu sinto como se tivesse muito mais dentro de mim do que eu posso suportar.
Dentro de mim não existe meio termo ou eu sinto demais ou sinto de menos e eu não sei como essa merda pode ajudar alguém, como isso pode ser bom.
Eu simplesmente não tenho controle sobre minhas emoções, sobre meu coração, eu queria poder gritar até minha garganta sangrar e ao mesmo tempo ir pra um lugar onde tudo que me rodeasse fosse silêncio absoluto e eu pudesse deitar na grama e me calar.
Eu sou uma contradição dentro de mim mesma, dentro da minha alma e dói e dói e eu queria poder usar todo esse sentimento que tem aqui pra algo bom, eu queria ser boa, boa pra mim, para os outros, mas eu também queria sumir.

Eu só não queria que tudo me atingisse de um modo tão profundo, eu queria que as dores parassem e que as feridas cicatrizassem, eu queria perdoar as pessoas, acreditar nelas e queria deixar de amar outras, mas eu não consigo e tudo dói, tudo dói demais.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

escorrendo.

Faz algum tempo que fechei esse blog, eu precisava de um tempo com tudo fechado só pra mim.
Houveram tempos de escuridão pelos quais tive que passar onde eu só poderia estar comigo mesma.
Abri um outro blog neste meio tempo, algo mais público, onde não me dou o direito de ser sentimental, pelo menos tentei não ser.
Mas tem me apetecido de escrever, colocar algo pra fora, seria cruel comigo escrever lá porque tenho outras ideias pra ele, pensei em escrever no Simplex, mas não o pretendo nunca mais deixá-lo público, mas esse blog, mesmo tento muito de mim não tem tanto assim para que o mantenha privado para sempre e o que quero escrever hoje não quero que seja só pra mim, nem sei o porque, mas quero deixar público.
Enfim, eu ando um pouco angustiada por esses dias, tenho tocado em feridas dolorosas de novo, pensava que estas já estavam quase fechadas, mas não estão. Eu pensei que estava acostumada a elas, mas me enganei redondamente, infelizmente.
E pela primeira vez não sei exatamente o que dizer, estou rodando e rodando e não conseguindo formular um texto coerente, com um raciocínio especifico. Tenho tanta vontade de apenas chorar, eu só queria que não doesse tanto. E o pior é que não é uma dor só, são tantas coisas misturadas. Pode ser só minhas hormonas, mas eu ando nervosa, chorosa, com medo.
Medo do futuro, medo de não ser alguém, de não ter alguém, de adoecer, não tenho medo da morte, mas tenho medo do que me acontecerá até lá.
Disse sempre que quando escrevo deixo o sangue escorrer por entre meus dedos, acho que é isso que precisava, que preciso e que sempre vou precisar.
Se alguém quiser me matar que me tire as palavras, que me tire a liberdade de escrever, morrerei e morrerei tão rápido.
Ultimamente tenho escrito muito minhas fics, queria voltar a pintar. Tanto minha histórias como meus desenhos tem aparecido por completos na minha mente. Há um quadro que quero pintar há mais de um ano e vejo-o perfeitamente na minha mente, ele só espera pra sair, assim como minhas histórias, elas surgiram e estão por completas na minha cabeça. Eu não sei porque não consigo colocar pra fora. Meu bloqueio não é de inspiração, mas de conseguir fazer, me dói isso, elas estão me prendendo e preciso deixar elas irem se não eu vou enlouquecer.
Me sinto como no filme efeito borboleta quando o rapaz tem tantas memórias que sua cabeça começa a dar problema. É assim que me sinto, entupida, isso, me sinto entupida de pensamentos, de obras, de sentimentos.
Por isso eu precisava escrever aqui hoje. Estou atrasada e deveria estar a fazer outra coisa, mas eu não consigo, eu precisava antes deixar isso sair, eu precisa respirar com um pouco menos de peso.
Ainda estou com tanto aqui dentro, tanto e tanto, mas espero que essa semana eu consiga deixar-me ir um pouco, deixar meu coração fazer morada em outro lugar, deixar-me estender por aqui através de minhas palavras, assim como sempre deixei.
Eu preciso, de novo existir em outros sítios, eu preciso de mim de novo a deixar meu sangue escorrer porque ele não me cabe mais aqui dentro todo ele.