quarta-feira, 21 de agosto de 2013

"Que não espera por você"

Nesses últimos dias coloquei um playlist antigo pra tocar, e dentre as músicas - dos mais variados estilos, diga-se de passagem - estavam algumas músicas que eu gosto desde os meus 15/16, dentre essas a frase de uma música me chamou a atenção:
"Ao ver alguém partirQue não espera por você"
Antes de continuar o texto é necessário que se entenda que eu tenho o bom/mal habito de recolher frases nas músicas e atribuir a elas um significado pessoal, tirando elas do contexto musical que originalmente foram criadas e declamadas, pra levá-las a um contexto próprio, onde o significado é importante pra mim, vindo como resposta e resolução de algo que nem sempre condiz com o que todo o resto da música diz, como acontece com algumas frases das músicas do Ed, do 1D, do Skank, Capital, etc. Entendendo isso, tome a frase como única e não como um contexto, e assim sendo posso continuar a explicar o porque dessa frase me chamar a atenção.

Essa frase me despertou o desejo de falar sobre algo que há um tempo sinto: o ser passageiro.
Já escrevi muito sobre isso no meu outro blog, e se não me engano, já escrevi sobre o assunto, mesmo que pequenos comentários, aqui também, mas hoje quero aprofundar isso, preciso escrever aqui sobre isso.
Sempre sofri por não conseguir ficar pra sempre na vida de alguém, sempre chegava um ponto que eu simplesmente saía da vida das pessoas, sem brigas, sem magoas, eu só saía, me distanciava, isso me atormentava dia e noite, eu só não entendia o porquê disso, e sofria e sofria e não conseguia mudar, no fim entendi que eu era alguém que passava.
Eu apenas entrava na vida das pessoas por algum motivo, cumpria a missão e saía, deixava a pessoa livre e ficava livre.
Tanto que eu já conheci muita gente na minha vida, mas muita gente mesmo, tive amigos de nos considerarmos irmãos, assim como tive colegas que não significaram nada, mas que eu passei pela vida dessas pessoas, e de todos, sem exceção, a única pessoa - fora pais, irmão, sobrinhos -  que eu tenho certeza que vai estar pra sempre na minha vida é a Carol, só. Há pessoas que eu quero que fiquem, quero mesmo, mas que eu não tenho certeza se irão ficar, e quando eu entendi essa minha 'missão' de passar eu aprendi a utilizar ao máximo todos os momentos pra ser realmente feliz e fazer a outra pessoa feliz enquanto eu estava ali, eu aprendi a fazer meu máximo pra que fosse importante, porque depois, bem, o depois eu não possuo, eu possuo o agora e é nesse que eu preciso fazer as coisas valerem a pena e é aí que a frase entra.
Eu nunca fui a pessoa que ficou vendo o outro ir sem me esperar, ao contrário, sempre fui eu que fui e não esperei ninguém, sinceramente, não sei se isso é bom, eu só sei que isso sou eu.
Cresci querendo me casar, ter meus filhos, ter meu lugar, meu chão, mas hoje eu não me vejo assim mais.
Por mais bizarro que seja, eu não me vejo com alguém, não me vejo dividindo todos os meus dias com alguém, dividindo meus sonhos, minha história com alguém, não me vejo sendo mãe, tendo a responsabilidade de ser mãe, esposa, não me vejo tendo um chão pra criar raízes, não que ache que o casamento está fora de moda, ao contrário, defendo com a minha vida a instituição da família, mas eu não me vejo, hoje, nem namorando alguém, estando com alguém, eu me vejo sozinha, eu me vejo pra sempre sozinha e não me vejo em um lugar só, eu disse uma vez pra uma amiga que eu sinto que se eu não fosse de lugar nenhum, como se eu não tivesse raízes, como se eu fosse todos os lugares, é assim que eu me sinto, eu não me vejo em um lugar pra sempre, eu me vejo em todos os lugares em tempos diferentes, eu nunca gostei de títulos, algo que me limitasse a ser mais do que aquilo, eu sempre me permiti ser diferente, ouvir coisas diferentes, ler, assistir coisas diferentes, sempre permiti que minha mente se abrisse a horizontes desconhecidos, sempre firme aos meus princípios, minhas morais, mas sempre livre pra discutir algo a mais do que já havia 'mastigado', e tudo isso me fez ir em frente, dar passos em caminhos desconhecidos, seguir e seguir sozinha e por mais bizarro que pareça eu não me sinto mal por estar e imaginar estar sozinha pra sempre é algo que hoje, sinceramente, não me traz sentimentos ruins, na verdade me traz paz, é isso que eu sinto (digo sozinha em relação a relações entre pessoas e não em relação a Deus, espiritualidade, por favor, não confundam as coisas).
Talvez seja um momento, seja uma fase, vejo amigos entrando e saindo de relacionamentos como se isso fosse a coisa mais simples e importante a se fazer, ou se desesperando por estar sozinha, ou esquecendo de si e fazendo de tudo pelo(a) namorado(a) e fico me questionando se o problema está em mim, porque eu não me importo com isso, tá, as vezes penso que seria legal ter alguém do lado, mas aí eu peso todas as circunstâncias que decorrem de estar num relacionamento, coloca na balança meus sonhos, minhas metas, a minha vida e não consigo achar relevância tão grande assim em ter alguém, não uma relevância que não se limite, hoje, a uma carência, e não acho que alguém mereça sofrer sobre o peso da carência afetiva alheia e isso me faz ver que eu estou bem sozinha e que antes de ter alguém, eu preciso ter a mim, minha vida em minhas mãos, ter/conquistar meus sonhos, minhas metas, meus lugares e só depois, bem depois, ter alguém, se eu realmente achar alguém que a relevância dele em minha vida seja tão fundamental que eu queira dividir meus dias, minha história, meus sonhos, quem sou com ele, até lá eu ainda acho que eu entrarei na vida das pessoas e irei embora sem esperar por ninguém.

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